Sesc Belenzinho: debates sobre memória, arquivos e direitos humanos

Tempo de leitura estimado: 4 minutos

A partir do dia 5 de outubro, o Sesc Belenzinho promove diversas atividades – discussões, debates itinerantes e encontro – que fazem parte da Programação Integrada à exposição Meta-Arquivo: 1964-1985 – Espaço de Escuta e Leitura de Histórias da Ditadura, em cartaz na unidade até o dia 24 de novembro.

Nesta programação, o Sesc Belenzinho conta com a parceria do História da Disputa: disputa da história, coletivo composto por três historiadores – Carolina Oliveira Ressurreição , Victor Leite de Oliveira e Lucas Sanches. Os eventos são divididos em dois momentos. O primeiro, Desarquivos: Laboratórios de Discussão refere-se a encontros semanais que discutem a relação entre arquivos, documentos e memória com a história. As reflexões produzidas nos laboratórios serão experimentadas em debates itinerantes.

O segundo momento são os Debates-Itinerantes: percursos quinzenais pela região leste da cidade e centro expandido que apresentam na paisagem urbana questões levantadas nos Laboratórios Desarquivos, promovendo reflexões acerca das especificidades da organização da vida em períodos ditatoriais.

No dia 30 de outubro, às 19h, acontece um Encontro com pesquisadoras(es) do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF-UNIFESP), que trabalham na identificação de ossadas da vala comum de Perus. Eles falam sobre a arqueologia e antropologia forense em São Paulo, principalmente no que se refere a violações dos direitos humanos.

Desarquivos: Laboratórios de Discussão

5 de outubro. Sábado, às 14h

Laboratório Desarquivo I

Local: CAAF-UNIFESP (Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da UNIFESP)

Rua Joaquim Távora, 168 – Vila Mariana, São Paulo – SP, 04015-010.  

Ponto de encontro: Estação do Metrô Ana Rosa (R. Joaquim Vergueiro).

Grátis. Duração: 2h30. Os interessados devem fazer inscrição prévia e aguardar confirmação de vaga: itinerariosmetarquivo@belenzinho.sescsp.org.br

Indícios que uma vez já foram esquecidos e apagados, hoje constituem arquivos. Para conhecer um exemplo de como lidar com essas memórias, o gurpo visita o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (UNIFESP) que atualmente trabalha com as ossadas da vala clandestina de Perus. A atividade busca entender o que é antropologia forense, como funciona o CAAF, o que aconteceu em Perus e quem são as vítimas da ditadura.

 

8 de outubro. Terça, às 19h

Laboratório Desarquivo II

Local: Sesc Belenzinho – Sala de Oficina III

Grátis. Duração: 2h30. Retirada senha na unidade 30 minutos antes da atividade. 25 vagas.

Os arquivos não são imparciais. Para investigar as relações de poder que estão em jogo, o segundo laboratório tem início com as indagações: quem arquiva os arquivos? Que relações de poder legitimam os arquivos? Como fazer um arquivo popular? Releitura é revisionismo?

15 de outubro. Terça, às 19h

Laboratório Desarquivo III

Local: Sesc Belenzinho – Sala de Oficina III

Grátis. Duração: 2h30. Retirar senha na unidade 30 minutos antes da atividade. 25 vagas.

A cidade pode ser um arquivo e o território também é documento. Para discutir a relação entre memória, território e história, as análises nesses laboratórios terminam investigando a cidade sob os aspectos: do que são feitas as cidades?  Onde estão as memórias? O que São Paulo guarda? Como isso acaba?

Debates-itinerantes

26 de outubro. Sábado, às 14h

Debate-itinerante I – Tema: Lutar na cidade

Ponto de encontro: Metrô Sé. Duração: 3h. Vagas: 25.

Grátis. Os interessados devem fazer inscrição prévia até 2 dias antes da atividade e aguardar confirmação: itinerariosmetarquivo@belenzinho.sescsp.org.br

Nos tempos da guerrilha urbana contra a ditadura, era comum entre seus membros a percepção de que “a cidade é o túmulo do guerrilheiro”. Em um percurso no centro da cidade o grupo visita lugares de memória que representam diversas formas de resistência adotadas para lutar, tanto contra a opressão do regime político como contra as opressões sexuais, raciais, morais etc.

9 de novembro, às 14h

Debate-itinerante II – Tema: Como falar de um patrimônio que não existe?

Ponto de encontro: Metrô Liberdade. Duração: 3h. Vagas: 25.

Grátis. Os interessados devem fazer inscrição prévia até 2 dias antes da atividade e aguardar confirmação: itinerariosmetarquivo@belenzinho.sescsp.org.br

De cima da colina onde foi fundada a cidade de São Paulo, os indígenas que aqui moravam viram chegar os primeiros negro(a)s que fariam companhia a eles na escravidão. Foram suas vivências em comunidade, suas práticas culturais nativas e trazidas da África, a amálgama com outras culturas e sua luta por uma vida possível e digna que fizeram desta cidade o que ela é. Por que existe tão pouco desta memória preservada na arquitetura do centro? O que foi feito dos espaços históricos de resistência dessas populações? Que memórias foram construídas para “substituir” estas?

 

16 de novembro. Sábado, às 14h

Debate-itinerante III – Tema: Como observar no tecido urbano memórias que não foram arquivadas?

Ponto de encontro: Sesc Belenzinho. Duração: 3h. Vagas: 25.

Grátis. Os interessados devem fazer inscrição prévia até 2 dias antes da atividade e aguardar confirmação: itinerariosmetarquivo@belenzinho.sescsp.org.br

A cidade é uma constante na vida humana há alguns milhares de anos. É possível afirmar, portanto, que ela acumula camadas de lembranças, monumentos, práticas e indícios do passado que mantêm visível parte de nossa história. Esse encontro busca perceber elementos que, junto a memórias, contêm a história individual e coletiva das pessoas participantes.

Encontro com pesquisadoras(es)

31 de outubro. Quinta, às 19h

Encontro com pesquisadoras(es) do CAAF-UNIFESP

Com Aline Feitoza, Ana Paula, João Pedro e Marilia Oliveira

Local: Sesc Belenzinho – Sala de Oficinas III

Grátis. Duração: 3h. Retirada senha na unidade 30 minutos antes da atividade. 25 vagas

Encontro com pesquisadoras(es) do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF-UNIFESP), que integra vivência e palestra sobre as práticas e teorizações a respeito do campo de arqueologia e antropologia forense na cidade de São Paulo, principalmente referentes às violações dos direitos humanos. O CAAF é uma instituição multidisciplinar que desenvolve pesquisa e formação em direitos humanos, buscando evidências da violência institucional e fazendo análises com a parceria dos movimentos ou sujeitos em situação de luta social. Os pesquisadores do CAAF da UNIFESP trabalham na identificação de ossadas advindas da vala comum de Perus. Importante pelo caráter documental e de memória no processo de verdade na ditadura militar.

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