22ª Bienal de Arte Paiz incita reflexões sobre as crises no Sul Global

A bienal guatemalteca tem Alexia Tala como curadora-chefe e reúne 40 artistas, dentre eles os brasileiros Jonathas de Andrade, Detanico Lain, Vanderlei Lopes e Ayrson Heráclito

Jonas Staal, New World Embassy – Rojava, 2016. Foto: Cortesia Istvan Virag.

A 22ª edição da Bienal de Arte Paiz, na Guatemala, abriu no último dia 6 de maio. Com curadoria de Alexia Tala (curadora-chefe) e de Gabriel Rodríguez (curador adjunto), a Bienal se estenderá por um mês, sendo encerrada em 6 de junho. Sob o título Perdidos. En Medio. Juntos, ela reúne 40 artistas em sua mostra principal e ainda realiza duas exposições individuais: uma com foco no artista guatemalteco Aníbal López e outra que se debruça sobre a obra da chilena Paz Errázuriz. As exposições estão distribuídas em seis locais nos municípios de Antigua e Ciudad de Guatemala.

No texto curatorial, a equipe explica que esta edição propõe reflexões acerca das situações de crise que estão presentes no Sul Global, tendo a Guatemala como ponto de partida. O título da Bienal de Arte Paiz faz referência a um dos grandes pensadores do “presentismo”, o alemão Reinhart Koselleck. Falecido em 2006, ele se destacou sua “teoria da modernidade” e também por seus pensamentos sobre o que seria o mundo “contemporâneo”, especialmente no livro Futuro Passado – Contribuição À Semântica dos Tempos Históricos.

Assim, são exploradas questões que giram em torno da história contemporânea e também da história ancestral, da interculturalidade, das formas de conhecimento e da violência: “Ataques à democracia, exploração, violações dos direitos humanos com suas histórias e micro-histórias, além de narrativas e outras formas de conhecimento, são alguns dos temas que os artistas exploram. Todos eles compartilham uma sensibilidade para a diversidade cultural e geográfica da Guatemala e do Sul Global”.

Dentre os 40 artistas que participam da exposição central, quatro são brasileiros, sendo eles: Jonathas de Andrade, Detanico Lain, Vanderlei Lopes e Ayrson Heráclito. Estão presentes também artistas do Egito, México, Guatemala, Panamá, Reino Unido, Suíça, Holanda e países da América do Sul, como Chile e Peru, dentre outros.

Uriel Orlow, Sonhos botânicos (# 2), 2018,

Nas exposições individuais, a Bienal homenageia o artista guatemalteco Aníbal López e a chilena Paz Errázuriz. Falecido em 2014, esta será a primeira individual de López desde então, dando enfoque à sua trajetória artística, com ampla reflexão sobre o aspecto ético e moral, além de discutir a dinâmica de poder na América Latina e trazer uma forte crítica ao sistema da arte. Já a mostra de Errázuriz parte de suas obras recentes concebidas na Guatemala, que representam também os primeiros trabalhos que fotógrafa produziu fora do Chile. A exposição ainda faz um apanhado de obras que tiveram destaque em seus últimos 40 anos de carreira.



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