34ª Bienal de São Paulo anuncia programação com instituições parceiras

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A Bienal de São Paulo divulgou a programação de sua 34ª edição em parceria com 25 instituições culturais em São Paulo que serão parceiras da mostra em 2020. Os espaços, espalhados pela cidade, apresentarão, em sua maioria, exposições individuais de artistas que também serão exibidos no Pavilhão da Bienal de setembro a dezembro. Conversas abertas e um simpósio internacional também estão inclusos na programação.

Concebida como uma polifonia de vozes e visões a partir da produção artística contemporânea, a 34ª Bienal de São Paulo – intitulada Faz escuro mas eu canto – pretende reivindicar o direito à complexidade e à opacidade, tanto das expressões da arte e da cultura quanto das próprias identidades de sujeitos e grupos sociais. Para tanto, a mostra adota um novo formato que propõe criar uma multiplicidade de situações nas quais se possa se dar o encontro entre obras de arte e público. Com esta estratégia, a equipe curatorial, formada por Jacopo Crivelli Visconti, Paulo Miyada, Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez, salienta o quanto as interpretações e significações atribuídas às obras são elásticas e influenciadas, entre outros fatores, pelos diálogos possíveis com os trabalhos exibidos ao seu redor.

Além de se alongar no tempo, com a realização de mostras individuais e eventos performáticos no Pavilhão da Bienal já a partir de 8 de fevereiro, a 34ª Bienal também se expande no espaço, ao trabalhar com 25 instituições da cidade de São Paulo. A ampla rede de parcerias institucionais da Fundação Bienal será, nesta edição de 2020, aprofundada, passando a englobar, para além das relações institucionais, uma malha de relações artísticas e curatoriais.

 

Confira alguns destaques da programação abaixo e o programa completo aqui!

 

Casa do Povo
Noa Eshkol
Curadoria: Benjamin Seroussi e Marília Loureiro
Data: agosto – outubro de 2020

Exposição individual da coreógrafa, teórica e artista israelense Noa Eshkol (1924, Kibbutz Degania Bet, Palestina – 2007, Holon, Israel). Conhecida pela criação do Eshkol-Wachman Movement Notation [Anotações de Movimento Eshkol-Wachman], ela incorporou à sua prática, a partir de 1973, a criação de tapeçarias costuradas com aparas e trapos pelos próprios dançarinos de sua companhia. A exposição apresentará uma seleção de tapeçarias e parte do arquivo de Eshkol, acompanhados por uma oficina de dança que visa o seu legado em fricção com práticas contemporâneas.

 

Centro Cultural São Paulo
Jota Mombaça
Data: 29/8 – 31/10/2020
Individual da artista queer Jota Mombaça, que transita entre performance, ativismo e escrita. Mombaça (1991, Natal, RN) participou de residência artística junto ao Capacete 2017 na Documenta 14 (Atenas/Kassel). Realizou performances em instituições como Instituto Goethe, São Paulo (2014); Pinacoteca do Estado do Rio Grande do Norte, Natal (2013); e Casa Selvática, Curitiba (2013). Vive em Natal (RN).

 

Instituto Bardi / Casa de Vidro
Trajal Harrell
Data: setembro de 2020
Performance do coreógrafo americano Trajal Harrell (1973, Douglas, GA, EUA), que problematiza, em suas obras, a história, construção e interpretação da dança contemporânea, convergindo referências do campo experimental da história da dança com performatividades identificadas com outros corpos e espaços, como o voguing, o hoochi-koochie e o butô. Seu trabalho foi apresentado em festivais na Europa, Canadá e Brasil, e espaços como The Kitchen (Nova York, EUA), Walker Art Center (Minneapolis, EUA) e REDCAT (Los Angeles, EUA), entre outros. Realizou performances no contexto das artes visuais em instituições como MoMA, MoMA PS1, The New Museum e The Bronx Museum (Nova York, EUA), Fondation Cartier pour L’art Contemporain (Paris, França), Centre Pompidou-Metz (Metz, França) e Fundação Serralves (Porto, Portugal).

 

Instituto Tomie Ohtake
Alex Katz
Curadoria: Robert Storr
Data: agosto – outubro de 2020
Primeira exposição individual em uma instituição brasileira de um dos maiores pintores figurativos norte-americanos vivos. Ao longo de uma carreira de mais de 70 anos, Alex Katz (Nova York, EUA, 1927) construiu uma obra singular, que desafia entendimentos gerais sobre as funções e temas da arte contemporânea. Realizou mais de 200 exposições internacionais em instituições como Whitney Museum of American Art (Nova York, EUA), Museum of Fine Arts, Boston (EUA) e National Portrait Gallery (Londres, Reino Unido). Mais 100 coleções públicas em todo o mundo contêm obras de sua autoria, incluindo acervos de museus como o Metropolitan Museum of Art (Nova York, EUA), MoMA (Nova York, EUA), Tate Gallery (Londres, Reino Unido) e Albertina Museum (Viena, Áustria). Vive entre Nova York e Lincolnville (Maine), nos EUA.

 

Itaú Cultural
Lygia Pape: Gestos de encantação
Curadoria: Luis Camillo Osorio / Parceria: Projeto Lygia Pape
Data: 22/8 – 8/11/2020
Um panorama da produção da artista, explora as possibilidades experimentais de suas invenções (liberdades) e as aberturas ao outro (encantamentos). Lygia Pape (1927, Nova Friburgo, RJ – 2004, Rio de Janeiro, RJ) foi uma das artistas mais proeminentes do movimento neoconcretista brasileiro na segunda metade da década de 1950. Nas décadas que se seguiram, esteve sempre comprometida com a experimentação e a reflexão sobre o lugar da arte na cultura e na vida cotidiana.

 

Museu Afro Brasil
Frida Orupabo
Data: setembro – dezembro de 2020
Exposição individual de Frida Orupabo (1986, Sarpsborg, Noruega). A artista combina fotografias e imagens encontradas em seu arquivo pessoal para criar colagens digitais que exploram temas de raça, gênero, identidade, sexualidade. O trabalho da artista foi exibido em diversas instituições, entre elas, Portikus, Frankfurt Am Main (Alemanha, 2019); Moderna Museet (Estocolmo, Suécia, 2019); Kunstnernes Hus (Oslo, Noruega, 2019) e Serpentine Gallery (Londres, Inglaterra, 2017). Orupabo participou da 58ª Bienal de Veneza (2019). Vive em Oslo (Noruega).

 

Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE)
Juraci Dórea
Curadoria: Cauê Alves
Data: setembro – outubro de 2020
Mostra individual de um artista ainda pouco conhecido pelo grande público, apesar da importância do seu trabalho, principalmente no que diz respeito a questões ecológicas e ao diálogo com a cultura popular e o povo sertanejo. Juraci Dórea (1944, Feira de Santana, BA) é artista visual e arquiteto. Pioneiro da integração da arte com a paisagem na arte brasileira, realiza uma obra imbricada no sertão da Bahia e, mais especificamente, dialoga com a civilização do couro, cuja tradição ainda subsiste na região conformada entre Monte Santo, Canudos e Feira de Santana, onde reside e trabalha. Participou de diversas exposições no Brasil e no exterior. Idealizou, em 1996, o Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana.

 

Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP)
Regina Silveira
Curadoria: Ana Magalhães e Helouise Costa
Data: 29/8/2020 – 2/8/2021
Exposição retrospectiva de Regina Silveira. Silveira (1939, Porto Alegre, RS). Mestre e doutora em Arte pela ECA – USP, onde também foi professora, Silveira é uma expoente da arte conceitual e da experimentação de linguagens e meios, tendo sua trajetória entrecruzada com a própria história do MAC USP. Essa exposição concentra-se nas obras da artista que integram o acervo do museu, um conjunto que neste ano recebe um importante acréscimo com uma nova doação. Desde os anos 1960, realiza exposições individuais e participa de coletivas selecionadas, no Brasil e exterior. Participou das 16ª, 17ª e 24ª Bienais de São Paulo (1981, 1983, 1998) e de inúmeras outras grandes exposições, como: Bienal de Curitiba (SC, 2013 e 2015); Bienal do Mercosul (Porto Alegre, RS, 2001 e 2011); Bienal de La Habana (Cuba, 1986, 1998 e 2015); 6ª Taipei Biennial (Taiwan, 2006); 2ª Setouchi Triennale (Japão, 2016) e 1a BienalSur (Argentina, 2017). Vive em São Paulo (SP).

 

Paço das Artes
Seminário Internacional de Arte Contemporânea 2020
Organização: Priscila Arantes e Vinicius Spricigo
Data: 18 e 19/9/2020
Desde sua primeira edição, em 2005, o Seminário Internacional do Paço das Artes cria um espaço de diálogo e troca entre instituições, artistas e pesquisadores nacionais e internacionais para refletir sobre temas relacionados à arte e à cultura contemporânea. Neste ano, o evento acontecerá no Auditório do Pavilhão Ciccillo Matarazzo e abordará a possível atualidade do debate sobre a pós-colonialidade, discutindo seus limites e suas intersecções com a produção artística contemporânea.

 

Pinacoteca de São Paulo / Estação
Joan Jonas
Curadoria: Berta Sichel
Data: 9/5 – 12/10/2020
Primeira exposição individual de um dos nomes mais importantes da performance dos anos 1960. Joan Jonas (1936, Nova York, EUA) é reconhecida por suas obras multimídias que tipicamente englobam vídeo, performance, instalação, som, texto e desenho. Pioneira da videoarte e da performance, seus projetos e experimentações influenciaram profundamente o desenvolvimento dessas linguagens. Internacionalmente premiada e com centenas de exposições individuais e coletivas no currículo, Jonas participou da Documenta V, VI, VII, VIII, XI e XIII (Kassel, Alemanha) e representou os Estados Unidos na 56ª Bienal de Veneza (2015). Vive em Nova York (EUA).

 

Pivô
Beatriz Santiago Muñoz
Curadoria: Fernanda Brenner
Data: 29/8 – 24/10/2020
Beatriz Santiago Muñoz (1972, San Juan, Porto Rico) ocupa o espaço principal do Pivô com uma seleção de trabalhos de diferentes períodos de sua trajetória, que investiga as possibilidades e formatos da imagem em movimento. Sua pesquisa se dá no limiar entre a ficção e o documental e se apoia em estudos pós-coloniais e feministas, além da etnografia experimental, para construir um universo visual carregado de mitologias locais, pesquisas históricas e sobretudo informado pelo contato direto e pelas trocas que estabelece com seus interlocutores, sejam eles atores ou não-atores.

 

Sesc Pompeia
Alfredo Jaar
Curadoria: Moacir dos Anjos
Abertura: 2/9, 20h. Visitação: 3/9/2020 – 24/1/2021
Ampla e aguardada exposição antológica de um dos mais importantes artistas chilenos contemporâneos. Artista, arquiteto e cineasta, Alfredo Jaar (1956, Santiago, Chile) é mais conhecido por suas instalações, que geralmente incorporam fotografias e abordam temas de natureza sócio-política. Sua obra foi extensivamente exibida por todo o mundo. Participou das 42ª, 52ª, 53ª e 55ª Bienais de Veneza (1986, 2007, 2009, 2013), 19ª, 20ª e 29ª Bienais de São Paulo; e Documenta VIII e XI (Kassel, Alemanha). Realizou mais de 60 intervenções públicas em todo o mundo. Vive em Nova York (EUA).

 

E, no Pavilhão da Bienal…

No Pavilhão da Bienal, como anunciado previamente, além da mostra coletiva que acontece de setembro a dezembro, exposições individuais e eventos performáticos são apresentados a partir de fevereiro. Todas as atividades têm entrada gratuita.

Ximena Garrido-Lecca
exposição individual
Datas: 8 de fevereiro a 15 março

Neo Muyanga
performance
Data: 8 de fevereiro de 2020, 11h

Clara Ianni
exposição individual
Data: 25 de abril a 8 de junho de 2020

León Ferrari
performance
Data: 25 de abril de 2020

Deana Lawson
exposição individual
Data: 25 de julho a 23 de agosto de 2020

Hélio Oiticica
performance
Data: 5 de setembro de 2020

Exposição coletiva
Datas: 5 de setembro a 6 de dezembro de 2020

34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto
Curador geral: Jacopo Crivelli Visconti
Curador adjunto: Paulo Miyada
Curadores convidados: Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez
Curadora convidada para publicações: Elvira Dyangani Ose, diretora do The Showroom, Londres

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