AQA livros: 5 livros que todo amante da fotografia deve ler

Tempo de leitura estimado: 3 minutos

Em 18 de agosto celebra-se o dia mundial da fotografia – tecnologia de reprodução de imagens do mundo real em suportes fixos e reprodutíveis, inventada em meados do século XIX como desdobramento da técnica da câmera escura. A fotografia mudou a maneira como encaramos a arte, já que a pintura, por exemplo, não precisava mais reproduzir fielmente a realidade porque as fotos davam conta de detalhes com precisão inigualável, muito mais rapidamente e, eventualmente, muito mais barata. Com isso, a reprodutibilidade das imagens tornou-se um novo paradigma para pensar a arte e a estética, e desde então temos visto uma saturação crescente na produção fotográfica. Passamos pela portabilidade das câmeras, pela automatização, pela digitalização e pela difusão absoluta com a inserção de lentes nos aparelhos celulares. Assim, para nos ajudar a refletir sobre essas mudanças radicais que vêm se desdobrando desde 1834, o ARTEQUEACONTECE preparou uma lista com 5 livros que todo amante de fotografia precisa conhecer!

 

1. A Câmara Clara, de Roland Barthes

Este complexo (mas insubstituível!) livro de filosofia da arte estabelece uma relação entre os processos óticos de reprodução da imagem – a câmera clara, na qual copiamos uma imagem à mão; e a câmara escura, na qual a imagem é reproduzida de maneira mecânica. Este é o último livro publicado Barthes antes de sua morte, no qual o escritor defende que o sujeito, o observador, é responsável pela significação da imagem, permitindo que a fotografia não se limite apenas a ser meramente um registro documental.

 

2. Sobre Fotografia, de Susan Sontag

 

“Sobre Fotografia” é um livro que fez história no âmbito dos estudos da imagem. Publicado originalmente no Brasil em 1983, reúne seis ensaios escritos na década de 70, em que a romancista e filósofa Susan Sontag analisa a fotografia como fenômeno de civilização desde o aparecimento do daguerreótipo – primeiro processo fotográfico criado no século XIX. O resultado é uma história social da visão, demonstrando seu lugar central na cultura contemporânea.

 

3. O Imaginário Segundo a Natureza, de Henri Cartier-Bresson

 

“O imaginário segundo a natureza” traz uma compilação inédita dos principais ensaios do célebre fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson, entre os quais “Os europeus” e “O instante decisivo”. Considerado um dos artistas mais importantes do gênero da fotografia, Bresson influenciou gerações inteiras de fotógrafos, mas também foi um profícuo escritor sobre a observação, a captação de momentos fugidios, e a disciplina da imagem. O livro também traz relatos de viagens que deram origem a séries icônicas, como suas visitas a Moscou durante o regime da União Soviética e à China, além de artigos dedicados a seus amigos artistas: André Breton, Alberto Giacometti e Jean Renoir.

 

4. The Americans, de Robert Frank

A publicação “Os americanos”, de Robert Frank – um dos nomes mais importantes da história da fotografia –, traz 83 imagens que foram produzidas ao longo de uma longa jornada do artista pelos Estados Unidos. Frank percorreu quase todos os estados do país entre 1955 e 1957, bancado por uma bolsa da Guggenheim Fellowship. A viagem em um velho carro usado durou cerca de nove meses e deu origem a mais de mil fotografias, que se tornaram verdadeiros retratos de uma América multifacetada.

 

5. Para entender uma fotografia, de John Berger

Para John Berger — assim como para Walter Benjamin, Susan Sontag e Roland Barthes —, a fotografia era uma área de interesse especial, mas não uma especialidade. Eles a abordaram não com a autoridade de curadores ou de historiadores, mas como ensaístas. Para entender uma fotografia reúne 24 ensaios de Berger, organizados cronologicamente e escritos ao longo de mais de quarenta anos. O autor se vale de literatura, filosofia, psicanálise e metafísica para tratar de fotógrafos como Henri Cartier-Bresson, André Kertész e Sebastião Salgado. Berger também se dedica a refletir sobre o lugar da fotografia entre as belas-artes, reler criticamente a obra de Sontag e a enfrentar o dilema que ronda a veiculação de imagens de violência.

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