Cinco exposições para ver em Miami agora

Confira mostras individuais e coletivas que você não pode perder se estiver na cidade; de Yayoi Kusama a um panorama sobre o uso poesia nas artes visuais

O período conhecido como “spring break” nos Estados Unidos fez com que a cidade de Miami e especialmente a sua vizinha Miami Beach, na Flórida, ficassem lotadas, atraindo turistas interessados em suas praias e curtição. Na ilha, a prefeitura decidiu implantar um toque de recolher, além de fechamento de comércio, no final de março, para conter as aglomerações. Isso porque a Flórida é o terceiro estado com mais casos de Covid-19 no país e até agora, por lá, apenas 27% das pessoas receberam a vacina completamente (duas doses ou a de dose única).

Com a reabertura no meio de abril e uma menor intensidade nos ânimos turísticos, vários museus e galerias reabriram, com exposições novas ou que estavam há pouco tempo em cartaz e tiveram que ser paralisadas. Abaixo, você confere cinco delas, que valem a pena a sua visita caso você viva por Miami ou esteja passando um tempo por aí! Não se esqueça de conferir no site de cada espaço as regras sanitárias que eles adotam contra a pandemia.

The Artist as Poet: Selections from PAMM’s Collection, no Pérez Art Museum

María Martínez-Cañas, Años Continuos, 1994.

Em The Artist as Poet, o público irá apreciar obras que abrangem um século, estando elas entre 1917 e 2017. Elas representam como a linguagem – mais especificamente a poesia – é usada na arte contemporânea, enquanto lança luz sobre a influência do surrealismo nessa produção.

A exposição inclui obras de Guillaume Apollinaire, André Breton, Joseph Cornell, Aimée García Marrero, Glenda León, Maria Martinez-Cañas, Gordon Matta-Clark, Shirin Neshat, Michael Richards, Purvis Young e Tim Rollins + K.O.S. Ainda não foi definida uma data de encerramento para esta mostra, que foi aberta no final de maio e deve ficar em cartaz por mais alguns meses no museu.

Hernan Bas + Natalie Ball + Yayoi Kusama, no Rubell Museum

Natalie Ball, Playing Dolls, 2019

O Rubell Museum reabriu com uma série de exposições que já estavam em cartaz previamente na instituição, mas que foram pausadas e postergadas após período de lockdown em Miami. Destacamos aqui três delas, que ficarão em cartaz até dezembro. Começando pela de Hernan Bas, que é um dos artistas mais célebres do sul da Flórida hoje, com seus trabalhos que incorporam imagens românticas e clássicas, encontrando inspiração na moda, cultura gótica e livros de mistério infantil.

Em outra sala, também até dezembro, o público pode conferir uma mostra que traz três pinturas escultóricas criadas pela artista Natalie Ball, com uma ampla variedade de materiais, incluindo peles de animais, colchas, acrílico e tela. Por meio de seu trabalho, Ball considera narrativas interseccionais da experiência e história indígena.

Não dá pra deixar de conferir, claro, a instalação Narcissus Garden, de Yayoi Kusama, que está montada no espaço central do museu. A obra contém 700 esferas de aço inoxidável, onde cada observador desempenha o papel de “Narciso”, sempre olhando seu reflexos nas esferas.

Ajarb Bernard Ategwa: Sweet Flowers of Douala, na Fredric Snitzer Gallery

Ajarb Bernard Ategwa, Mother and Daughter inside Swak, 2020⠀⠀⠀

O artista camaronês Ajarb Bernard Ategwa terá exposição individual na Fredric Snitzer Gallery a partir do próximo dia 2 de maio, sendo estendida até 12 de junho. Seus trabalhos exploram formatos de retratos e são inspirados visões sobre estúdios fotográficos de bairro. Assim, o artista realiza pinturas de grande formato, que imitam a escala das paisagens urbanas e do espaço público e exploram modos de autorrepresentação nos Camarões de hoje, onde ele vive e trabalha.

A cidade de Douala é uma das maiores influências para ele, sendo uma metrópole vibrante e colorida que teve muitas influências estrangeiras em sua história e, mais recentemente, um fluxo significativo de migrantes de países vizinhos.

Xaviera Simmons: In the dim light pressing deeply against each other, na David Castillo Gallery

A artista Xaviera Simmons apresenta sua sétima exposição na galeria David Castillo até o dia 3 de julho, na qual leva trabalhos que constroem imagens indiretamente, colocando em primeiro plano as experiências sensoriais através das quais sua forma e tema podem ser apreendidos. São obras que são desenvolvidas a partir de campos de texto e cores, guiando o público a cheiros, sensações, sons e visões que, juntos, formam quadros associativos e dão origem aos cenários neles representados.

Muito da linguagem nessas obras revisa as convenções de paisagens, que há muito combinam mitos nacionais de liberdade ilimitada e excepcionalismo com a grandeza sublime da natureza. A artista busca desconstruir essa história visual, reescrevendo a paisagem para além de como é idealizada, abrindo espaço para um tratamento mais fiel às realidades não escritas.

Chakaia Booker: The Observance, no ICA Miami.

Chakaia Booker, Never Mind, 2006 | Sugar In My Bowl, 2003. | Muse, 2007. FOTOS: Cortesia da artista e de Mark Borghi, New York, Bridgehampton, Sag Harbor.

O público pode conferir esta individual de Chakaia Booker no ICA Miami até o dia 31 de outubro. Montada no terceiro piso da instituição, a mostra busca evidenciar essa artista cujo trabalho foi muito pouco reconhecido. Com um estilo marcante que desenvolve desde 1993, Booker ela tem uma espécie de assinatura política, montando pneus descartados em paisagens monumentais.

The Observance abarca cerca de quatro décadas de carreira da artista, trazendo à luz a variedade de suportes e pesquisas que a artista explorou ao longo desse tempo, de esculturas a fotografias.

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