Conheça 9 obras de arte que foram danificadas por visitantes

Em datas e situações completamente variadas, 9 importantes obras de arte foram atacadas por pessoas aleatórias

Foto atual da obra danificada por ácido Danaë, pintada por Rembrandt. É possível ver a marca dos danos nas pernas da figura.
Foto atual da obra Danaë, pintada por Rembrandt e danificada por ácido.
É possível ver a marca dos danos nas pernas da figura.

Atentados a obras de arte são mais frequentes do que pensamos e, ao que parece, os motivos que levam visitantes comuns a se tornarem em depredadores do patrimônio artístico mundial são os mais variados possíveis. Selecionamos nove entre os episódios mais bizarros de ataques da história da arte. Confira:

Registro da tela Vênus ao Espelho após ser vandalizada pela faca em evidência na foto. (reprodução)
Registro da tela Vênus ao Espelho após ser vandalizada pela faca em evidência na foto. (reprodução)

Vênus ao Espelho de Diego Velázquez 

A obra Vênus ao Espelho foi pintada por Diego Velázquez, principal artista da Espanha do século XVII, entre 1647-1651. A enorme tela, que mede 142 cm x 177 cm, é um dos raros nus pintados por Velázquez. A obra está desde 1906 na National Gallery de Londres onde, em 1914, foi alvo de um ato de vandalismo da sufragista Mary Richardson. A mulher teria cortado a tela várias vezes com uma faca, deixando um belo estrago na obra histórica. Depois do atentado, a pintura passou por um minucioso processo de restauração, após o qual foi colocada em exibição. 

Mona Lisa, 1503, Leonardo da Vinci. Desde meados do século XX a obra fica exposta atrás de um vidro.

Mona Lisa de Da Vinci

A Mona Lisa é quase um caso à parte. Essa é possivelmente uma das obras mais sofridas da história: já foi roubada, danificada, escondida e é cobiçada pelo mundo inteiro. Quando o assunto é vandalismo então, ela tem história: a obra sofreu vários ataques ao longo da história. Em 1956 um homem atirou ácido sobre a obra prima de Da Vinci enquanto ela estava sendo exposta em um museu em Montauban, na França. A parte debaixo da tela ficou severamente danificada e precisou ser restaurada. Mais tarde no mesmo ano um homem boliviano atirou uma pedra contra o quadro, fazendo com que parte do pigmento se soltasse. Recentemente, em 2009, uma mulher russa atirou uma xícara contra a obra, mas felizmente ela já estava protegida pelo vidro blindado que a guarda desde meados do século XX. 

Fotografia dos estragos feitos pelo ácido atirado sobre a tela Danaë de Rembrandt. (reprodução)
Fotografia dos estragos feitos pelo ácido atirado sobre a tela Danaë de Rembrandt. (reprodução)

Danaë de Rembrandt 

Em 1965, a tela Danaë, pintada por Rembrandt em 1636, foi alvo de um severo ataque de autoria de Bronius Maigys, um soviético lituano mais tarde declarado como louco. O homem entrou no Museu Hermitage, em São Petersburgo, na Rússia, e atirou uma enorme quantidade de ácido sulfúrico sobre a tela, golpeando-a ainda duas vezes com uma faca. A tela ficou terrivelmente danificada e foi restaurada por um longo período, de 1985 a 1997. Até hoje é possível ver os resquícios do atentado, que danificaram sobretudo a parte central da tela, onde estão o braço e a perna direitos da figura representada. 

A grande obra-prima do mestre holandês Rembrandt van Rijn, A Ronda Noturna, passando por uma longa restauração em 2019. (reprodução)
A grande obra-prima do mestre holandês Rembrandt van Rijn, A Ronda Noturna, passando por uma longa restauração em 2019. (reprodução)

A ronda Noturna de Rembrandt

Creditado como a grande obra-prima do mestre holandês Rembrandt van Rijn, A Ronda Noturna, de 1642, foi alvo de ataques três vezes. Em 1911, um sapateiro desempregado entrou no Rijksmuseum, museu nacional dos Países Baixos onde o quadro está exposto, e golpeou o quadro como forma de protesto, sem deixar grandes prejuízos à obra. Já em 1975, um homem atacou a tela com uma faca, acreditando estar cumprindo uma missão que lhe fora dada “pelo Senhor”. A tela ficou bastante danificada e precisou passar por um período de restauração de quatro anos, voltando a ser exibida em 1979. A última vez que a tela foi atacada, foi no ano de 1990, quando um terceiro vândalo atirou ácido sobre o quadro, que foi novamente restaurado. Recentemente, em 2019, o quadro passou por um novo período de restauração, que foi feita ao vivo em frente ao público.

A Guernica, de Picasso, vandalizada com tinta spray. (reprodução)
A Guernica, de Picasso, vandalizada com tinta spray. (reprodução)

Guernica de Pablo Picasso

O majestoso painel Guernica pintado em 1937 pelo célebre artista espanhol Pablo Picasso foi alvo de um ato de vandalismo em 1974. Um homem, chamado Tony Shafrazi, teria pintado com uma tinta em spray vermelha a frase “Kill Lies All” sobre o painel, que estava em exibição no MoMA, em Nova York, enquanto gritava “eu sou um artista”. Logo após o ato, restauradores entraram em ação e a obra prima de Picasso foi salva sem muitas complicações. 

A Pietà sendo martelada em 1972. (reprodução)
A Pietà sendo martelada em 1972. (reprodução)

Pietà de Michelangelo 

Em 1972, Laszlo Toth, um geólogo australiano de origem húngara, martelou uma das esculturas mais famosas do gênio italiano, a Pietà, feita em 1499. Ele entrou na Basílica de São Pedro, no Vaticano, durante a festa de pentecostes e golpeou várias vezes a escultura enquanto gritava “eu sou Jesus Cristo”. A escultura perdeu o braço e parte do nariz com os golpes do vândalo e teve de passar por um intenso processo de restauração. Hoje, ela é exibida com a proteção de uma parede de vidro. 

A banhista enxugando a perna direita, 1910, Renoir.
A banhista enxugando a perna direita, 1910, Renoir.

A Banhista enxugando a perna direita de Pierre-Auguste Renoir 

Este episódio aconteceu aqui no Brasil, no MASP. Em junho de 1991 Magda Mayumi Shinohara entrou no museu e atirou um tubo de tinta guache sobre a tela A banhista enxugando a perna direita pintada em 1910 por Renoir. A obra felizmente não foi gravemente danificada e precisou apenas passar por uma minuciosa limpeza com algodão e água destilada. A justificativa dada pela desenhista de 28 anos para o ato de vandalismo foi que ela estava tentando chamar a atenção do público para divulgar o fim do mundo. 

A Fonte, 1917,  de Marcel Duchamp.
A Fonte, 1917, de Marcel Duchamp.

A Fonte de Marcel Duchamp

A Fonte, icônico trabalho de 1917 de Marcel Duchamp, considerada uma das obras mais representativas do dadaísmo na França, sofreu um atentado em 2006 durante o qual um homem que na época tinha 77 anos acertou a obra com marteladas no Centre Pompidou, em Paris. Na época do atentado, a polícia afirmou que o mesmo homem já havia urinado sobre a peça em uma exposição em Nimes, no sul da França, em 1993. Depois de ser preso por martelar a peça, ele alegou que seu ato era uma performance artística e que Marcel Duchamp teria apreciado a sua atitude. 

A ponte de Argenteuil, 1874, Claude Monet.
A ponte de Argenteuil, 1874, Claude Monet.

A Ponte de Argenteuil de Claude Monet 

Em 2007, um grupo de quatro homens e uma mulher que conhecia bem as entradas do Museu D’Orsay, em Paris, invadiu o prédio no meio da noite e vandalizou a tela A ponte de argenteuil, pintada em 1874 pelo célebre impressionista Claude Monet. Há relatos de que membros do grupo chegaram a urinar na obra, antes de socá-la, abrindo um rombo de cerca de 10 cm sobre a tela. Eles fugiram logo depois que os alarmes do museu tocaram e a tela foi restaurada por especialistas antes de ser devolvida à parede do museu.

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