Amy Sillman, LIUBA e Rebecca Watson Horn no auroras

Auroras apresenta três exposições individuais simultâneas: a primeira exposição de Amy Sillman no Brasil que reunirá novas pinturas e desenhos, apresentados em conjunto com um políptico de 13 metros de comprimento; uma exposição da artista búlgara LIUBA no jardim e no interior da casa, comemorando o centenário de seu nascimento; e a primeira exposição de Rebecca Watson Horn no Brasil, que reúne seis pinturas abstratas na Sala de Projetos e na Biblioteca. Na abertura da exposição, o lendário músico e compositor estadunidense Arto Lindsay apresentará uma performance musical.

A obra de Amy Sillman é composta por uma linguagem híbrida de produção de imagens para tornar visíveis os processos de pensamento dentro de pinturas abstratas. O políptico “Objeto Temporário’ percorre a exposição como uma espinha dorsal, montado como uma única linha que atravessa a casa. Nesta obra, que dá nome à exposição, Sillman rastreia os gestos realizados durante a confecção de uma única pintura e os traduz em uma linha do tempo. “Objeto Temporário” indica que o núcleo da prática de Sillman não são apenas as pinturas acabadas, mas o espírito de animação e mudança que reside em sua produção.

Através de um processo alquímico de destilação, o trabalho de Rebecca Watson Horn transforma letras-formas em linhas fluidas. Se no começo eram visíveis palavras e frases específicas, logo essas formas se tornam volumes semelhantes a vasos e contornos que lembram corpos. As letras tornam-se objetos: suas rimas visuais vêm à tona à medida que seus valores sonoros e referências semióticas retrocedem, mas algo de seu significado oculto persiste com um poder simbólico, semelhante a um feitiço. De maneira semelhante, o repertório formal muito particular que LIUBA desenvolveu no Brasil, criou um bestiário que seguia uma lógica construtiva e um interesse propriamente escultórico na articulação entre cheios e vazios, linha e movimento.