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Inauguração da galeria Flexa com a mostra “Rio: a medida da terra”

11 maio @ 09:30 31 julho @ 17:00

Adriana Varejão, Panorama da Guanabara (detalhe), 2012. Créditos: Eduardo Ortega

O Rio de Janeiro ganha no dia 11 de maio uma nova galeria de arte: a Flexa. O nome, derivado do adjetivo flexo, denota a natureza flexível, adaptável do espaço, que vai atuar no mercado secundário de arte, mas com um olhar contemporâneo, realizando diálogos entre distintas gerações, promovendo resgates históricos, apoiando instituições e fomentando a formação de coleções. Para isso, conta com a expertise e o acesso ao acervo de uma galeria consolidada no setor: a paulistana Almeida & Dale, de onde vêm dois de seus cinco sócios: Antônio Almeida e Carlos Dale. Completam o time os cariocas Pedro Buarque, diretor executivo, Luisa Duarte, diretora artística, e Maria Ferro, diretora comercial da casa. A reforma do projeto arquitetônico do prédio na Rua Dias Ferreira, no Leblon, é do escritório paulistano Vão, responsável pela expografia da última Bienal de São Paulo. Já a identidade visual da galeria é assinada pelo renomado diretor de arte Giovanni Bianco.

A Flexa vai também atuar representando espólios e realizando parcerias com outras galerias associadas ao grupo Almeida & Dale: Cerrado, em Goiânia e Brasília, e a Marco Zero, em Recife.

Sobre a exposição coletiva que abre a galeria, curada por Luisa Duarte:

“Rio: a medida da terra”

O Rio de Janeiro se constituiu como cidade a partir do encontro singular entre sua exuberante geografia natural e o seu tortuoso desenvolvimento urbano. Conhecida como “Metrópole à Beira-mar”, a antiga capital brasileira pode ser vista como um palco vivo da disputa entre a ortogonalidade do traçado urbano que caracteriza as cidades modernas e uma paisagem capaz de desafiar tal intento racional que visa domesticar a natureza. Tal disputa, por sua vez, encontra uma ressonância em um importante capítulo da história da arte carioca – o neoconcretismo. Iniciado em 1959 por nomes hoje consagrados como Hélio Oiticica, Lygia Pape, Lygia Clark, o movimento foi responsável por desconstruir as bases do projeto construtivo europeu –segundo o qual a arte deveria emular uma abstração geométrica ideal, pura e organizada. Os artistas neoconcretos instauraram, por sua vez, uma subversão desse projeto construtivo, retirando-o do plano idealizado ao estabelecer um atrito entre a assepsia característica da geometria e o registro do que é vivo, pulsante, pois parte do corpo, da natureza, da rua, do cotidiano.

A exposição coletiva “Rio: a medida da terra” aborda tais tensões, apresentando paisagens históricas e atuais da cidade, obras neoconcretas e contemporâneas, além de abordar questões políticas e sociais, como a violência urbana e a resistência cultural, explicitando um panorama sobre as formas de vida e criação plurais na cidade. A mostra também destaca a sobrevivência das tradições culturais cariocas, como o carnaval, em meio às mudanças urbanas e temporais.

O título da exposição evoca a origem pouco lembrada da palavra geometria: o termo vem do grego e significa, grosso modo, “medida da terra”. Nesse sentido, “Rio: a medida da terra” trata de recordar tanto a tensão entre paisagem natural e um processo de urbanização cujo modelo foi importado de cidades europeias, quanto as ressonâncias do neoconcretismo, movimento que abordou a geometria não como medida ideal, tal qual as correntes artísticas hegemônicas do hemisfério norte fizeram, mas sim associada ao mundo, como reconexão com o que é vital. Ou seja, como medida da terra, como medida da vida.

Entre os artistas presentes na mostra estão: Agrippina Roma Manhattan, Alair Gomes, Allan Weber, Carlos Vergara, Giovanni Castagneto, Henry Chamberlain, Glauco Rodrigues, Georg Grimm, Gustavo Dall’Lara, Heitor dos Prazeres, Hélio Oiticica, Ione Saldanha, Ivens Machado, Jonas Arrabal, Laercio Redondo, Laura Lima, Lívio Abramo, Luiz Zerbini, Lygia Pape, Marcia Falcão, Marcos Chaves, Nicolas Antoine Taunay, Nicolau Facchinetti, Oswaldo Goeldi, Panmela Castro, Raymundo Colares, Timóteo da Costa, Victor Arruda, Wanda Pimentel, Wilma Martins, Zé Tepedino.

Flexa

Rua Dias Ferreira, 214 – Leblon
Rio de Janeiro, RJ Brasil
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