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Lenora de Barros na Gomide&Co

8 março, 2023 @ 10:00 13 maio, 2023 @ 19:00

Não vejo a hora, individual de Lenora de Barros, inaugura nova sede da Gomide&Co, galeria que passa a integrar o corredor cultural da Avenida Paulista, com um espaço de 600 metros quadrados no térreo do Edifício Rosa. Ao mesmo tempo em que inaugura o espaço expositivo, a expansão da Gomide&Co se faz também com a chegada de Fabio Frayha, ex-diretor do MASP, administrador especializado no universo das artes visuais, que passa a atuar como sócio da galeria ao lado do sócio fundador Thiago Gomide. Crítica de arte, curadora e pesquisadora com mais de 15 anos de trajetória na arte contemporânea, Luisa Duarte se une ao time como diretora artística. Não vejo a hora reúne doze trabalhos, em sua maioria inéditos, que têm como denominador comum uma elaboração sobre o tempo. Desde fotografias, vídeo, instalação sonora até uma mesa de ping-pong transfigurada, a artista joga e convida a jogar também com as relações entre linguagem, temporalidade e corpo. Ultrapassando os limites expositivos da galeria, quem chega à exposição já é recebido no lado de fora pela obra Não vejo a hora (2023), que enuncia e anuncia o título da mostra através de um letreiro em movimento. Ao se apropriar de uma expressão usada no discurso coloquial brasileiro como uma espécie de ready-made, Lenora provoca a noção de tempo e como nos relacionamos com ele. A linguagem em sua dimensão visual também é explorada em outros trabalhos, como em ORA ERA (2008), no qual a artista faz o uso de palavras e cores, jogando com seus significados e usos. Ao abordar questões temporais e linguísticas, Lenora se desfaz da utilidade de aparelhos para medir o tempo. Entre as obras expostas, quatro têm ponteiros de relógios em sua composição. Na vídeo-performance Que horas são? (2023), projetada no teto da galeria, uma chuva de ponteiros se precipita sobre uma peneira enquanto escutam-se, ao fundo, as respostas de Hélio Oiticica em diálogo com Haroldo de Campos. Em Nebulosas (2009/2023) , trabalho que traz uma série de três fotografias, nuvens de ponteiros se tornam uma espécie de poeira cósmica gravitando no breu. Já em Previsão (2023), um par de fotografias mostra linhas das palmas de duas mãos formando uma cartografia sobre a qual pousam os ponteiros. O título remete tanto à ideia de previsibilidade própria aos relógios, quanto à crença de que o destino humano estaria previsto na parte interior das mãos. Os trabalhos reunidos em Não vejo a hora visitam um território candente da atualidade, aquele da tortuosa relação do ser humano com o tempo. Lenora de Barros sabe que diante das formas convencionais de medir o tempo, o tempo sempre tira mais das pessoas do que o contrário. Para pregar uma peça no tempo, a artista subverte tais convenções e para isso coloca em cena o seu repertório poético que faz uso das estratégias do verbivocovisual aliando rigor e humor, sugerindo outras possibilidades de relação com o tempo, que constitui o tecido da vida humana.

Gomide&Co

Avenida Paulista, 2644
São Paulo, São Paulo 01310934 Brasil
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