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“O artista é infiel” de Marcelo Gandhi na Aura Galeria

29 fevereiro @ 10:00 28 março @ 19:00

Vista da exposição “O artista é infiel” de Marcelo Gandhi na Aura Galeria

Em 29 de fevereiro, a Aura inaugura a exposição O artista é infiel, individual de Marcelo Gandhi (1975, Natal/RN) com texto crítico do psicanalista Rodrigo Alencar. Essa é a primeira individual do artista na galeria.

O artista é infiel apresenta um conjunto de trabalhos recentes de Gandhi associados em especial a desdobramentos da sua produção realizada no último ano. Centrada em reflexões concatenadas às possibilidades expansivas da obra de arte à luz de conceitos como os de contracultura, marginalidade e colateralidade, a mostra tensiona os limites com que binômios como os de alta e baixa cultura, esfera pública e privada, obra e trabalho de arte parecem esbarrar. Explorando os ruídos que titubeiam esses antagonismos, são firmadas possibilidades de uma narrativa temporal da arte não censurada por ambições linearizantes, bem como são colocadas em xeque convenções ligadas a uma ideia de cânone que se estabelece sob a égide de critérios e metodologias particulares de relacionamento com o objeto artístico.

Se as crises da imagem e da experiência emuladas pela saturação imagética de um domínio da economia sobre a cultura, próprio à indústria cultural, desembocam em condicionamentos alienantes de trânsito pela realidade, Gandhi parece pensar a itinerância desse colapso a níveis mais extensos de relacionamento com o mundo. A infidelidade do artista é, portanto, a tentativa não só de viver à margem de certas convenções do campo cultural e do pensamento, mas é também o espaço para enfrentar poeticamente os escombros da realidade contemporânea, para criar condições frente ao atrofiamento.

O que faz do amarelo de Van Gogh, semelhante como é àquele que habita o segundo plano da logo do Batman, digno de um tratamento tão distinto em termos de percepção e discurso? São, para Gandhi, critérios e negociações que deixaram já realmente de fazer sentido na medida em que ocorre a colisão com certo raquitismo das possibilidades de enquadramento histórico ou da garantia de certa autonomia abstrata à teoria da arte. Ser infiel é desconfiar, não acreditar indiscriminadamente nas suposições implantadas por certa narrativização obsessiva que envolveu historicamente o discurso cultural. A infidelidade é reativa a imperativos, mas é ao mesmo tempo o que há de mais fiel a todo tipo de pergunta. 

Aura Galeria

Rua da Consolação, 2767 – Jardins
São Paulo, SP Brasil
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