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“VRUMMM” de Marina Woisky e Julia Gallo na Millan

18 maio @ 10:00 15 junho @ 19:00

Julia Gallo, Segunda trapaceira, 2024. Foto: Julia Thompson

Em 18 de maio, sábado, as artistas Marina Woisky (1996, São Paulo, SP) e Julia Gallo (1997, Rio de Janeiro, RJ) inauguram a exposição “VRUMMM” na Millan. Com texto crítico da curadora Pollyana Quintella, a mostra ressalta o interesse partilhado pela dupla na criação de imagens ambíguas e difíceis de serem decifradas, que aludem a corpos humanos e animais.

Ocupando o espaço expositivo da Millan localizado no número 1.430 da Rua Fradique Coutinho, em São Paulo, “VRUMMM” apresenta, lado a lado, um conjunto de obras inéditas de Woisky e de Gallo.

Ainda que as artistas partam de procedimentos e técnicas distintas para a criação de suas obras, a aproximação acontece por meio da aparência inquietante que permeia o trabalho de ambas. “Apesar de suas especificidades, Marina e Julia são produtoras de uma visualidade estranha e ameaçadora dos limites entre sujeito e objeto, animado e inanimado, interessadas em desclassificar as formas, confundir-nos, trapacear as categorizações”, explica Quintella.

Nesta que é a segunda exposição de Woisky na galeria — sucedendo “Pedras e bichos d’água”, realizada em junho passado —, a artista retoma temas anteriores de sua pesquisa, além de se voltar à criação de peças tridimensionais e autoportantes. Ela parte de um acervo próprio ou apropriado de imagens de ornamentos com formas de animais, troféus de caça e modelos de taxidermia, devolvendo-os corporalidade ao imprimir tais imagens em tecidos, que são costurados e preenchidos com cimento.

Nesse processo, algumas obras recebem, ainda, a sobreposição de resinas, pelúcia ou cabelo — o que lhes dá um aspecto macio que contrasta com a sua materialidade. Nas obras apresentadas na exposição, destaca-se também o movimento destes animais, com os dentes expostos ou mordendo outros bichos, como em “Caçada” ou “Leões Lutando”, ambas de 2024.

Movimento e voracidade também estão presentes na obra de Julia Gallo, que lança mão de desenho, pintura e recorte em grandes pedaços de papel para criar seus trabalhos. Neles, fragmentos anatômicos surgem por entre as cores rebaixadas que tingem o suporte em vários tons. Obras como “O dia da labareda” ou “La partida”, 2024, têm ainda recortes na superfície que se espalham como mechas de cabelo ou meandros de rios. Assim, a artista cria imagens que não se revelam de prontidão e parecem pertencer a outros períodos históricos, apresentar mitologias desconhecidas e uma anatomia psicológica.

Como coloca Pollyana Quintella, “em ambas as produções, há situações constantes de caça e predação que se expressam através de bocas agônicas, corpos-volutas retorcidos e sinuosos, alérgicos a qualquer linearidade. Como um bater de asas capturado num âmbar, elas condensam rastros de movimentos que parecem apenas temporariamente congelados, são a captura do momento que imediatamente precede ou sucede um gesto, como se guardassem consigo certo potencial disruptivo, na iminência de um novo despertar. Juntas, lembram-nos de que toda forma guarda uma vida, e que as imagens, longe de serem passivas, estão sempre à beira de uma convulsão.”

O movimento convulsivo das imagens apresentadas tanto por Gallo, quanto por Woisky é o que inspira o título da exposição, que remete a ideia de um movimento rápido e contínuo, cujo fim não é determinado e cujo significado não é compreendido de imediato.

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