Carregando Eventos

« Todos Eventos

  • Este evento já passou.

Walter Firmo no CCBB

9 novembro, 2022 @ 09:00 27 março, 2023 @ 21:00

Depois de ficar em cartaz no Instituto Moreira Salles Paulista, a mostra “Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito” chega ao CCBB RJ, onde fica até março de 2023. Com cerca de 266 fotografias, a exposição do consagrado artista carioca traça um panorama dos mais de setenta anos de sua trajetória. Produzidas desde o início da carreira do fotógrafo, nos anos 1950, até 2021, as imagens retratam a população e a cultura negra de diversas regiões do país, revelando ritos, festas populares e religiosas, personagens e cenas cotidianas. Firmo é responsável por registros icônicos de grandes nomes da música popular brasileira, também encontrados em um dos segmentos da mostra. O conjunto destaca a poética de Firmo, associada à experimentação e à criação de imagens muitas vezes encenadas e dirigidas. Grande parte das obras exibidas provém do acervo do fotógrafo, que se encontra sob a guarda do IMS desde 2018 em regime de comodato. A curadoria da retrospectiva é de Sergio Burgi, coordenador de Fotografia do IMS, e de Janaina Damaceno Gomes, professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e coordenadora do Grupo de Pesquisas Afrovisualidades: Estéticas e Políticas da Imagem Negra. Nascido em 1937 no bairro do Irajá, no Rio de Janeiro, e criado no subúrbio carioca, filho único de paraenses – seu pai, de família negra e ribeirinha do baixo Amazonas; sua mãe, de família branca portuguesa, nascida em Belém –, Firmo começou a fotografar cedo, após ganhar uma câmera de seu pai. Em 1955, então com 18 anos, passou a integrar a equipe do jornal Última Hora, após estudar na Associação Brasileira de Arte Fotográfica (Abaf), no Rio. Mais tarde, trabalharia no Jornal do Brasil e, em seguida, na revista Realidade, como um dos primeiros fotógrafos da revista. Em 1967, já trabalhando na revista Manchete, foi correspondente, durante cerca de seis meses, da Editora Bloch em Nova York. Neste período no exterior, o artista teve contato com o movimento Black is Beautiful e as discussões em torno dos direitos civis, que marcariam todo seu trabalho posterior. De volta ao Brasil, trabalhou em outros veículos da imprensa e começou a fotografar para a indústria fonográfica. Iniciou ainda sua pesquisa sobre as festas populares, sagradas e profanas, em todo o território brasileiro, em direção a uma produção cada vez mais autoral. Nas fotografias, prevalece uma aura de afetividade e valorização da negritude, como afirma o próprio artista: “Acabei colocando os negros numa atitude de referência no meu trabalho, fotografando os músicos, os operários, as festas folclóricas, enfim, toda a gente. A vertigem é em cima deles. De colocá-los como honrados, totens, como homens que trabalham, que existem. Eles ajudaram a construir esse país para chegar aonde ele chegou.”

CCBB

66 R. Primeiro de Março Centro
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro Brasil
+ Google Map
Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support