Fotografia e pintura: da rivalidade ao entrosamento

No século 19, muitos repudiavam a fotografia em favor da pintura; com o desenvolvimento das técnicas, hoje em dia elas podem até ser confundidas

Geraldo de Barros, “Fotoforma”, 1950/2000
No estande da Galeria Luciana Brito



Muito antes do advento da primeira câmera fotográfica, a pintura era a única forma de captar um momento ou uma imagem. Desde a arte rupestre na pré-história, a forma mais comum de se registrar algo de maneira imagética era pintando, as técnicas e materiais para isso só foram se aprimorando com o passar do tempo. Mas… com o surgimento da fotografia em meados do século 19, as coisas estavam para mudar!

Mas a nova tecnologia foi vista com bastante relutância na época. Pensadores como Baudelaire diziam que a fotografia era um tipo refúgio ao qual se apegavam “todos os pintores frustrados”. Isso porque, segundos eles, quem fazia a imagem era apenas o aparelho, sendo uma questão puramente da máquina, não tendo nenhuma característica artística.

A repulsa à fotografia tinha embrião em uma questão muito comum: o medo da substituição. Os mais conservadores para a arte acreditavam que a fotografia substituiria por completo a pintura, a gravura e o desenho. Não foi o que aconteceu. Todos os suportes e técnicas continuaram a ser utilizados e desenvolvidos com o passar dos anos. Além desse erro, os críticos também erraram em outro ponto: não é o equipamento que faz a fotografia. É o fotógrafo: com seu olhar, sua bagagem, sua técnica e sua experiência. É isso o que cria as composições, as nuances, as cores…

A fotografia acabou se tornando até uma ótima aliada de muitos pintores, sendo um instrumento parceiro na hora de guardar uma imagem para depois reproduzi-la à tinta na tela ou em outros suportes, o que permitiu que os pintores não precisassem ficar mais horas no mesmo lugar só para não deixar passar nada dos detalhes da cena ou da personagem.

Além disso, a fotografia foi se desenvolvendo de formas diversas, com variadas técnicas, variados instrumentos, variadas formas de revelação, de impressão… E em algumas dessas tantas variações, algumas fotografias se assemelharam tanto a pinturas que em alguns casos ficou até um pouco difícil diferenciar! Separamos nesta publicação algumas fotografias que se não forem vistas com atenção podem ser confundidas com pinturas! Todas elas estão nos estandes das galerias na SP-Foto Viewing Room, que acontece online até o dia 29 de novembro de 2020! Para acessar a feira, clique aqui.

Begoña Egurbide,”Maternidad”, 2003.
No estande da Galeria Bolsa de Arte

Paolo Roversi, Sasha Robertson, 1985
No estande da Galeria Mario Cohen

Claudio Edinger, Prédios de São Paulo – Plate 03225, da série Machina Mundi São Paulo, 2016
No estande da Galeria Lume

Tomas Rodriguez, “Notas sobre el mar I”, 2020
No estande da Artespacio.

José Roberto Bassul, da série Quase nada, 2020
No estande da Andrea Rehder Arte Contemporânea

João Farkas, Buritizal, 2017
No estande da Documenta Pantanal

Fabiano Rodrigues, Space Is Only #1, 2015.
No estande da Galeria Kogan Amaro.

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