Museu do Picasso exibirá obras de Françoise Gilot em coleção permanente

A iniciativa faz parte da reinstalação da coleção permanente da instituição, e promete destacar como a artista foi muito mais do que a ex-parceira de Picasso

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O Museu Picasso de Paris exibirá, pela primeira vez, obras de Françoise Gilot em suas galerias de coleção permanente, que atualmente estão em processo de reinstalação. Os trabalhos da artista ficarão expostos no Hôtel Salé, e deverão representar as várias décadas da carreira artística de Gilot, incluindo “sua estreita associação com o grupo Réalités nouvelles, até as grandes composições totêmicas das ‘pinturas emblemáticas’ dos anos 1980”, conforme descreve um comunicado da Instituição à imprensa.

Conhecida por suas famosas aquarelas e cerâmicas, Françoise Gilot conheceu Picasso em 1943, quando ela tinha 21 anos. Eles tiveram dois filhos, Claude e Paloma, durante o relacionamento de 10 anos. A artista o deixou em 1953, levando seus filhos com ela, e ele não lidou bem com a separação. Durante o divórcio, o pintor destruiu as possessões de Gilot e exigiu que a Galeria Louise Leiris, onde ela expunha seu trabalho, não a convidasse para expor com o prestigioso grupo de artistas franceses Salon de Mai.

Françoise Gilot e Pablo Picasso em 1951.

Hoje, a iniciativa do Museu Picasso de Paris objetiva subverter a história de Gilot. Em comunicado, a presidente da instituição, Cécile Debray, afirmou que a francesa, que faleceu em 2023 aos 101 anos, finalmente estava “recebendo o seu lugar de direito como artista”.

A mostra de Françoise Gilot irá ocupar a sala 17, no terceiro andar do museu, e também contará com uma ala destinada à discussão sobre o seu livro de memórias mais vendido, “Life with Picasso” (1964), que apresentava uma visão menos do que lisonjeira de seu relacionamento com Picasso e que o cubista tentou impedir que fosse publicado.

A atriz Françoise Gilot ao lado de uma pintura sua | Imagem: Getty Images.

De acordo com as informações institucionais fornecidas, a sala se concentrará exclusivamente em Gilot como artista, e não apresentará pinturas ou fotos dela por Picasso, nem a colocará como sua musa. 

A curadora do Museu Picasso, Joanne Snrech, disse ao The Guardian que era importante incluir uma exibição das pinturas de Gilot para eliminar a ideia de que ela era “apenas a parceira de Picasso”.

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