Tomie Ohtake abre individual de Lucas Arruda

Mostra ‘Lugar sem lugar’ chega a SP depois de passar pela Fundação Iberê, em Porto Alegre, e traz trabalhos realizados entre 2008 e 2022

A paisagem como construção do olhar. Esse é o tema que, segundo a curadora Lilian Tone, o artista Lucas Arruda vem explorando há mais de 10 anos, com extensa experimentação em torno da luminosidade e da percepção do observador. E esse é o assunto, consequentemente, da mostra panorâmica Lucas Arruda: Lugar sem lugar que o Instituto Tomie Ohtake abre amanhã, 19.2. A exposição apresenta pinturas de pequeno e médio formato feitas ao longo de 15 anos de produção, de 2008 a 2022. 

Sem título Untitled, 2011, Lucas Arruda. Cortesia do Artista Courtesy of the Artist. Foto: Everton Ballardin.
Sem título, 2011, Lucas Arruda. Cortesia do artista. Foto: Everton Ballardin.

Vale ressaltar uma espécie de retrospectiva apresentada em ordem cronológica no espaço por meio da qual é possível perceber como a questão do horizonte passa a protagonizar o trabalho do artista de 2008 para cá. As naturezas mortas transformam-se em paisagens figurativas e, depois, em cenas abstratas, mas nas quais ainda é possível perceber o mar, as montanhas, a chuva, o nascer e o pôr do sol — talvez mais pelo que queremos ver do que pelo que está, de fato, apresentado na tela. 

Sem título Untitled, da série Chiesa from Chiesa series, 2010, Lucas Arruda. Coleção Collection Andrea e José Olympio Pereira. Foto: Everton Ballardin.
Sem título, da série Chiesa, 2010, Lucas Arruda. Coleção Andrea e José Olympio Pereira. Foto: Everton Ballardin.

Além disso, a exposição contempla também duas instalações. Uma delas, Quatro dias e quatro noites (2018), projeção de 81 slides pintados à mão, está atualmente cedida em comodato à Fundação Beyeler na Suíça e impressiona ao mostrar as pinturas do artista, geralmente realizadas em pequenas dimensões, em grande escala e numa sala escura. 

Sem título Untitled, da série Deserto-Modelo from Deserto-Modelo series, 2014, Lucas Arruda. Coleção Particular Private Collection. Foto: Everton Ballardin.
Sem título, da série Deserto-Modelo, 2014, Lucas Arruda. Coleção particular. Foto: Everton Ballardin.
Sem título Untitled, da série Deserto-Modelo from Deserto-Modelo series, 2020, Lucas Arruda. Cortesia do Artista Courtesy of the Artist, Galeria Mendes Wood DM e and David Zwirner. Foto: Everton Ballardin.
Sem título, da série Deserto-Modelo, 2020, Lucas Arruda. Cortesia do artista, Galeria Mendes Wood DM e David Zwirner. Foto: Everton Ballardin.

Suas paisagens, que existem no ponto de tensão entre aparição e vazio, são celebradas no mercado de arte nacional e internacional e Arruda já teve uma delas vendida por mais de R$ 2,5 milhões. Fora do país, já expôs individualmente em Kassel, Xangai, Londres, Nova York e outros. À Folha, afirmou: “Acho que é algo muito importante que às vezes a gente não saca, a gente faz de tudo para preencher [o vazio]. Mas isso [o vazio] faz parte da vida, da existência.”

Lucas Arruda: Lugar sem lugar

Data: 19 de fevereiro a 17 de abril

Local: Instituto Tomie Ohtake

Endereço: av. Faria Lima 201 (entrada pela r. Coropés, 88), Pinheiros

Funcionamento: de terça a domingo, das 11h às 20h

Ingresso: grátis

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