21 obras que marcaram a primeira SP-Arte Viewing Room

Tempo de leitura estimado: 7 minutos

A SP Arte acaba nesse domingo e já estamos com saudades. Já escolheu suas obras favoritas?

Fizemos aqui alguns previews de trabalhos must see nas semanas anteriores. Agora fazemos mais uma pequena seleção de obras que amamos da primeira versão online da maior feira da América Latina. Vem com a gente!


1. Um instante antes 3 (Enquanto isso: o povo não vai se revoltar. Eles não olharão para cima de suas telas por tempo suficiente para perceber o que está acontecendo) George Orwell / 1984, de Pablo Ravina, na Ginsberg

2. Laje #101 (Ankunft), de Matheus Rocha Pitta, na Galeria Athena

Na Laje #101 (Ankunft) – “Ankunft” significa “chegada” em alemão – há duas imagens de crianças refugiadas chegando na ilha de Lesbos, na Grécia, assim como duas mantas térmicas douradas, usada por uma delas nas imagens. A “chegada” dessas crianças não parece ser apenas delas, mas também a chegada de um futuro incerto e distópico. 

3. Sem título, 1976, de Anna Maria Maiolino, na Almeida e Dale

Anna Maria Maiolino é uma artista instigante, e segundo ela, sua obra: “faz espirais em torno de algumas preocupações constantes, o cotidiano, o feminino, o político, o ético.” Trabalhando com materiais maleáveis, testa as possibilidades das formas, propondo e incorporando o vazio, nem sempre contraposto ao cheio. Nesta obra, os cortes, as costuras e os rasgos das camadas sobrepostas deixam à mostra as ações da artista. São traços claros das experimentações sobre a materialidade do papel. Construção e desconstrução, completude e seu reverso, sinais aparentes de gestos organizadores das formas.

4.Geometrias da terra, de Clara Moreira, da Amparo 60

Os desenhos da série “Geometrias da terra”, de Clara Moreira, assemelham-se com registros de performance: o corpo em estado coreográfico, manuseia fitas, como se fossem de matéria escultórica. As fitas se distribuem afastando-se simetricamente a partir da terra, e, misturadas, unidas e confundidas, soltam-se no ar. Entre a terra e o ar, o corpo da mulher media as fitas: cria formas com elas, apoia-se nelas, abriga-se sob sua arquitetura provisória. Este é o sistema vocabular proposto por Clara nesta série, que transcreve o verbo “colher” numa espécie de operação poética.

5.Nunca vi Adriana Varejão no meu bairro, de Renan Aguena, da HOA

“Desenvolvo uma pesquisa e produção artística a partir do território suburbano carioca. Com essa pesquisa eu busco criar um campo que vá para além do limite da minha produção e dos múltiplos temas que possam atravessá-la. Todas as obras fazem parte da minha pesquisa sobre o subúrbio carioca, onde trato dos mais diferentes temas relacionados a este território, como questões sobre o campo da arte e a intelectualidade suburbana, mobilidade e estruturas que compõe as diferentes áreas da cidade.”

6.Tuiuiú, de Adriana Coppio, na Venus

O Tuiuiú é na realidade o Jaburu. Ele é considerado a ave-símbolo do Pantanal e pode ser encontrado desde o México até o Uruguai, sendo que as maiores populações estão no Pantanal e no Chaco oriental, no Paraguai. Quando pousado na rica paisagem pantaneira, sua beleza pernalta, com pescoço esguio e nu, e cores brancas, pretas e vermelhas, atrai, é claro, os olhares dos turistas com suas câmeras de celulares.

7. Exú três cabeças, de Chico Tabibuia, na Aloisio Cravo Arte

8.Ivens Machado, da Fortes D’Aloia & Gabriel 

Ivens Machado utilizava matérias-primas próprias da construção civil como concreto, vergalhões, vidro e madeira, manipulando estes materiais de modo a reorganizar os códigos da escultura convencional. Suas esculturas materializam uma sintaxe clara e objetiva que dá voz às formas em si, deixando que o concreto armado ou estilhaçado, telas aramadas e tijolos quebrados desvelem camadas de significação para além de suas superfícies.

9. A forma que finge ser outra pessoa, não me deixa dormir sozinha com você, de Heloisa Hariadne, na HOA

Minha pesquisa trata sobre a inversão de corpos e suas performatividades que trilham uma poética relacionada a um caminho invisibilizado que, também, procura vestígios não, somente, ligados à racialidade perpetuando uma vontade de seguir pelo vago e, ao mesmo tempo, habitável como um lugar em que todos os corpos se encontram e acabam se questionando sobre identidades. Reflito sobre uma perspectiva, onde um corpo próprio se torna uma idealização/fissura de um olhar sobre ele mesmo para se tornar do outro.

10. Todo império quebra como um vaso, do Paulo Nimer Pjota, na Mendes Wood DM

11. Da série Sapatos de açúcar, de Tiago Sant’Ana, na Galeria Leme

Na série “Sapatos de açúcar”, o artista se utiliza do sapato como um símbolo precário da libertação das pessoas negras escravizadas no pós-abolição, transformando-o num objeto feito de açúcar. A tensão da série reside nos sapatos estarem prestes a serem dissolvidos na água do mar, um gesto para tratar da fragilidade da cidadania quando se refere à população negra.

12. Eu quero, de Mariana de Matos, na Amparo 60

Mariana de Matos é maré. Artista transdisciplinar. Mineira, do Vale do Rio Doce, vem de um território em histórica disputa entre direitos das populações indígenas e dívida secular da locomotiva do progresso. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Exercita o tensionamento entre verdade histórica e contra-narrativas polifônicas; relações de poder e novos contornos para antigas estruturas. Investiga representação, imaginário, delírio da modernidade, invenção da diferença, subjetividade, narrativa de si e ferida colonial. Se situa na fronteira entre os campos da imagem e da palavra.

13. Sem título, da série Palhinha, de Mano Penalva, na Galeria Central

A série “Palhinhas”, cujo nome provêm do material que as compõem, parte da relação do artista com empalhadores das cidades. “Tinha um empalhador que ficava todos os dias na esquina da minha casa com um anúncio e três tipos de mostruário de palhinha que ele fazia. Isso para mim é poesia instalada na cidade. E eu estou falando de São Paulo. É muito bonito pensar essa cidade tão cinza, e ao mesmo tempo, ter esse trabalho manual, passado de geração para geração, que é tão sofisticado e bonito. É como um convite para pensar no tempo de fazer e usar das coisas. Um tempo mais demorado.”

14. O que é um museu (Lina Bo Bardi – A marvellous entanglement)”, de Isaac Julien, Galeria Nara Roesler 

O que é um museu? é um dos trabalhos fotográficos que compõem Lina Bo Bardi: A Marvellous Entanglement, a mais recente produção de Isaac Julien sobre a arquiteta ítalo-brasileira. A imagem foi realizada no Solar do Unhão, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), em frente à escada projetada pela arquiteta, um marco simbólico de sua linguagem. Julien captura o momento em que os movimentos realizados por uma bailarina do Balé Folclórico da Bahia, concebidos pelo coreógrafo Zebrinha, dialoga com a própria forma da estrutura arquitetônica.

15. Ovo cósmico, 1980, de Regina Vater , na Galeria Jaqueline Martins

Presente nas mais diversas culturas e civilizações ancestrais como símbolo da vida e da origem do mundo, a figura do ovo tem especial significado para a artista. Além de poder ser compreendido como manifestação física do tempo, de um certo período de gestação, Regina via nessa simbologia uma “promessa de possibilidades”. O trabalho foi desenvolvido em um período em que a própria artista se questionava sobre o tempo que dedicava à sua produção frente às pressões de um mercado de arte cada vez mais acelerado. 

16. Esquemas #1, de Igor Vidor, na Galeria Leme

Esquemas, propõe um olhar histórico sobre a falência do plano de modernização do país. Através de cartuchos de balas recolhidos em locais de confrontos no Rio, colocados entre molduras que  por sua  vez se “desarranjam”, o artista defende a ideia sobre a falência de um plano que simboliza um funcionalismo asséptico, que não previu o corpo,  este então marginalizado por não participar do contrato social, que tentou-se instituir com a era moderna no Brasil, prometido desde a construção da nossa atual capital federal, visto também no desenvolvimento da abstração geométrica no país.

17. Extrema Day Trip, de Ana Amorim, na 1 Mira Madrid

Desde 1988, eu registro mapas mentais do meu caminhar diário como evidência de estar viva no mundo. As rotinas de coleta de evidências são inseparáveis da minha vida e continuarão a ser indefinidamente. Eu entendo arte como uma sucessão de experiências mentais e emocionais que se originam nas relações que estabeleço na minha vida diária. Tudo que constitui a minha existência é a minha matéria prima e o mundo é o meu espaço expositivo. Essa estrutura arte-vida me levou a questionamentos conceituais sobre como a arte deve ser tratada, refletindo sobre o locus da arte e como um espaço de arte pode ser transformado em um local de arte.

18. Canção das correntes partidas, de Melvin Edwards, 0101 Plataform

19. Incorpóreo (étereo), de Mônica Ventura, no Levante Naconal Trovoa.

20. Árvore, coração, abraço, de Thalita Hamaoui, na Casa Nova

A aquarela talvez seja uma técnica remanescente dos oito anos em que a artista trabalhou como designer de superfície. Neste período seu interesse era dedicado aos processos de tingimento e aos desenhos geométricos com aplicações de aquarela vazando seus limites. Já em suas pinturas, esse vazamento é intenso e acontece sem demarcações prévias. O processo da artista também ocorre em camadas de tempo e densidade. Ela pode levar até dez dias para atingir as passagens desejadas de cor, o que aponta para uma expressividade que não ganha a tela apenas com um impulso.

21Oxum, da série Orixás, de Josafá Neves, na Baró

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