Arte Que AconteceArte Que Acontece
Helen Cammock: I Will Keep My Soul é a primeira exposição da artista britânica Helen Cammock nos Estados Unidos. Nela, a vencedora do Turner Prize apresenta filmes, poesias, performances, documentos de arquivo e livros enraizados na história social, na geografia e na comunidade de Nova Orleans, um lugar que ela visitou pela primeira vez em janeiro de 2022. A individual é a reunião de encontros e observações, figuradas em texto e imagem, a partir de suas experiências na cidade. Cammock reúne vozes contemporâneas e históricas – que vão desde arquivistas, artistas, escritores e músicos aos protagonistas do movimento de direitos civis – e acrescenta suas próprias experiências através da poesia, da cerâmica e do som de seu trompete, um instrumento que ela começou a praticar em Nova Orleans. Incluindo materiais extraídos do arquivo do Centro de Pesquisa Amistad, em Nova Orleans, as obras de Cammock em I Will Keep My Soul são expostas em paralelo à história da artista Elizabeth Catlett em sua luta por autonomia criativa e apoio durante o comissionamento recebido por ela em 1976 para a escultura de Louis Armstrong no Parque Armstrong de Nova Orleans. O longo processo de Catlett, revelado através de cartas e trocas de experiências, atua como um espelho tanto para o passado quanto para o presente, perguntando como ser artista e ativista – e livre. “Helen Cammock é uma investigadora contumaz das identidades da diáspora, e essa é a primeira vez que ela volta sua atenção para os Estados Unidos”, diz Cameron Shaw, diretor executivo do California African American Museum (CAAM). “É particularmente significativo situar seu trabalho internacionalmente aclamado em Leimert Park, um dos nexos mais vivos e importantes das culturas da diáspora negra de Los Angeles”. Cammock vive em Londres. Ela observa e interage com Nova Orleans como uma forasteira, mas, como muitos visitantes, desenvolveu na cidade norte-americana um sentimento de pertença. “Tenho uma sensação de ternura por um lugar onde posso caminhar pela rua e me sentir ao mesmo tempo vista e invisível”, diz a artista. “Estar em Nova Orleans sempre esteve inextricavelmente ligado a pertencer a Nova Orleans”, diz Andrea Andersson, co-curadora da exposição e diretora do Rivers Institute for Contemporary Art & Thought em Nova Orleans. “A resposta à pergunta, ‘Forasteiro?’ tem sido frequentemente confundida com ou reduzida a uma escolha entre binários: pertencente ou forasteiro, francês ou americano, negro ou branco. O que separa Nova Orleans do resto do mundo é sua absoluta impossibilidade de existir à parte do tecido maior do qual ela vem”. Helen Cammock: I Will Keep My Soul é organizada pelo Rivers Institute for Contemporary Art & Thought (Rivers) e pelo California African American Museum (CAAM) e apresentada no Art + Practice (A+P), com curadoria de Jordan Amirkhani e Andrea Andersson, Rivers, em parceria com Essence Harden (CAAM), como parte da colaboração multianual entre Rivers e CAAM. A CAAM na A+P é uma colaboração de cinco anos.
