Laura Lamiel e outras três exposições no Palais de Tokyo

Mais introspectiva do que retrospectiva, Vous les entendez? apresenta, por meio de um conjunto de peças existentes e novas produções, as diferentes facetas do trabalho de Laura Lamiel: desde pinturas até instalações, passando pela fotografia, vídeo e seu prolífico trabalho de desenho. Como destaca seu título inspirado em um livro de Nathalie Sarraute, sua obra se desdobra por meio de ecos, vibrações e zumbidos, mas também por silêncios e respirações. Os Mountaincutters são um duo de escultores que, há quase dez anos, desenvolvem instalações prolíficas de aparência transitória. As repetições de formas, deslocamentos de objetos e variações de materiais parecem responder a uma organização que escapa à nossa compreensão. Embora esses conjuntos de esculturas funcionem com suas próprias lógicas, eles não deixam de ser porosos aos lugares que habitam, entrando em ressonância com as qualidades dos espaços e dos materiais circundantes. Já a obra de Marie-Claire Messouma Manlanbien é alimentada pelas diferentes culturas que compõem sua identidade. De origem guadalupense e marfinense, a artista iniciou suas atividades manuais na infância, junto à sua mãe e avó. Após viver na Costa do Marfim até a guerra civil em 2004, ela retorna à França. Mais tarde, ela trabalha inspirada pelas tradições culturais das sociedades matriarcais akan do Gana e da Costa do Marfim, bem como por sua cultura negra. Cada uma de suas obras combina de forma sincrética elementos desses diferentes universos, explorando os símbolos e questionando os espaços e expressões da feminilidade, bem como a relação com as tradições artesanais em uma sociedade modernizada pela industrialização. E ainda, a mostra La Morsure des Termites traz o graffiti não como tema ou estética, mas como experiência, atitude, imaginário, pensamento subterrâneo. Agindo por parasitismo, por sobreposição, por fantasia, por fricção, por contra-senso ou por amizade, a mostra tenta uma reinterpretação especulativa da história da arte sob o prisma do graffiti.