Maya Rochat e Rineke Dijkstra na Maison Européenne de la Photographie

Maya Rochat cria montagens visuais com cores altamente saturadas, combinando temas relacionados ao universo natural e a pintura abstrata. Suas fotografias de plantas, rochas ou rios servem como base para suas experimentações, sobrepondo e alterando imagens digitalmente ou fisicamente. Suas obras multiplataforma, como livros de artista, impressões e instalações imersivas, transcendem os limites, evocando uma reflexão poética sobre a beleza do mundo, sua transformação e o papel humano nele. Rochat questiona a poluição visual gerada pelo fluxo contínuo de imagens digitais, convidando o público a adentrar em um universo onírico que busca reencantar um mundo em crise. A exposição de Maya Rochat percorre doze anos de sua trajetória artística, desde seus primeiros trabalhos na década de 2010 até seu projeto mais recente, Poetry of the Earth (2022). Com uma obra transdisciplinar, que valoriza a imagem fotográfica e o vídeo, a exposição proporciona uma viagem visual e sensorial, apresentando uma alternativa sensível às representações do mundo contemporâneo. Por outro lado, Rineke Dijkstra é uma renomada artista conhecida por suas obras fotográficas e vídeos que exploram o gênero do retrato e abordam questões de identidade, passagem do tempo e intimidade. Suas séries fotográficas capturam o desenvolvimento de seus sujeitos ao longo de longos períodos, retratando a passagem do tempo, as experiências de vida e os códigos sociais. Com uma abordagem sensível, Dijkstra questiona o olhar, tanto o que temos sobre nós mesmos quanto o que escapa ao nosso controle. Essas questões, particularmente centrais na infância e na adolescência, estão no cerne das obras apresentadas nesta exposição. A artista lança um olhar benevolente sobre jovens estudantes – artistas em formação ou visitantes da exposição – todos eles em pleno processo de construção de sua identidade. Ao longo de sua carreira de trinta anos, Rineke Dijkstra, nos convida a repensar nossa maneira de olhar o outro, questionar o significado que atribuímos à sua imagem e refletir sobre nosso papel como observadores na sociedade contemporânea.