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“Quadro negro” de Julio Villani na Galeria Raquel Arnaud

3 agosto, 2023 @ 11:00 16 setembro, 2023 @ 19:00

A Galeria Raquel Arnaud abre no dia 03 de agosto, quinta-feira, às 18h, a exposição Quadro Negro, de Julio Villani. Multifacetada, prolixa, quase labiríntica, transitando entre pintura, desenho, bordado, colagem, assemblage, escultura etc., a produção de Julio Villani, que transita entre  pintura, desenho, bordado, colagem, assemblage e escultura,  revela um hibridismo fundamental em seu processo criativo, alimentado por referências históricas de visualidade, experimentações formais e porosidade aos acasos. 

“Esboços de troncos e galhos de árvores coloridos ou puras figuras geométricas dispostas em equilíbrio instável? Há um claro espírito de dubiedade nos trabalhos apresentados aqui por Julio Villani. Algo que oscila não apenas entre a abstração e o naturalismo, mas também, por exemplo, entre o visual e o verbal” afirma Guilherme Wisnik, que assina o texto. 

Nas pinturas, feitas com tinta acrílica, carvão e caulim sobre tela, em formatos maiores, predominam ensaios de estruturação do espaço, com prismas vazados e transparentes. Chamadas pelo artista de Collapsible architectures, têm espaços organizados por linhas frágeis e campos de cores que nos fazem imaginar construções temporárias, instáveis, impermanentes. E se a clareza dos planos geométricos remete à idealidade do Suprematismo, suas cores mais tonais, com pinceladas em faixas bem marcadas, semelhantes às da têmpera de Volpi, conferem a essas pinturas uma dimensão reflexiva, rala e artesanal, mais próxima ao contexto brasileiro.

Além de uma produção consistente em seu universo colorido e estrutural, o artista dá grande importância aos títulos de seus trabalhos, e convida amigXs a potencializar esses sentidos semânticos. Solicitadxs pelo artista a escrever frases a partir da associação de palavras, às cegas, na ausência das imagens, esses textos são posteriormente incorporados à exposição. Impera aqui o princípio surrealista do jogo, do cadavre exquis: figuras (gráficas ou textuais) que se montam coletivamente, e um tanto ao acaso, porque no acaso – objetivo ou subjetivo – também pulsa a ordem. Uma espécie de ordem avessa.

Assim como o “quadro negro”, contraste brusco entre claro e escuro, onde tudo pode se sobrepor e ao mesmo tempo tende a desaparecer, pulsa a inexorável  ideia de um recomeço. Não como tábula rasa, a partir do zero, mas como esboços pacientes de uma estruturação que sempre busca sua melhor forma. Uma estrutura na qual natureza e geometria não se opõem, mas sim operam a partir do jogo.

Galeria Raquel Arnaud

125 R. Fidalga Vila Madalena
São Paulo, São Paulo Brasil
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