O Pequeno Colecionador lança, pela primeira vez, projeto para espaço urbano

Ana Maria Tavares, Artur Lescher, Raul Mourão, Rochelle Costi, Rommulo Conceição e Sandra Cinto criam brinquedos-obras para compor um playground em espaço público

Tempo de leitura estimado: 2 minutos
Romullo Conceicao
“Estruturas Dissipativas: Trepa-trepa”, 2020-21 de Rommulo Conceição

Nenhuma brincadeira é totalmente inocente que não intervenha na visão de mundo, na formação de cultura e no modo de socialização da criança. Assim como obras interativas e suas proposições de encontrar significado por meio da participação, também não são novidade no campo da arte. O Pequeno Colecionador sabe bem de tudo isso e vem apresentando novas propostas que tensionam os limites entre arte contemporânea e brinquedo.

Pela primeira vez, o grupo encabeçado por Artur Lescher, Mariane Klettenhofer e Paula Azevedo, expande suas propostas para uma dimensão que não cabe nas mãos das crianças. Pensado para o espaço urbano, o projeto O Parque de Brinquedos Reinventados traz propostas de seis artistas brasileiros emblemáticos – Ana Maria Tavares, Artur Lescher, Raul Mourão, Rochelle Costi, Rommulo Conceição e Sandra Cinto – para compor um playground. A ideia é apresentar releituras dos brinquedos tradicionais de parque com uma camada extra de viés escultórico.A artista e arquiteta Elvira de Almeida, conhecida por suas intervenções de brinquedos em praças, parques e clubes, parece inspirar grandemente a iniciativa. Ela dizia que seus parques buscavam criar situações como possível alternativa ao comportamento consumista e passivo da criança urbana: “Um escorregador só serve para escorregar. Entretanto, se crio um elemento de formas inusitadas, que leve a sonhar e a explorar livremente o espaço, tenho um outro contexto, que transcende o monólogo do objeto utilitário, falando muito mais a linguagem da obra de arte”.

O Parque de Brinquedos Reinventado
Projeto 3D do “O Parque de Brinquedos Reinventado”

No Parque de Brinquedos Reinventados, bolas e cachorros podem atravessar a estrutura de Raul Mourão, como uma espécie de obstáculo ou como um basquete invertido, pensado para o arremesso de bolas. Inspirado pelas culturas que têm o “girar em torno de si mesmo” como uma forma de meditação, Artur Lescher apresenta o Giroscópico como redesenho do famoso gira-gira. Em Da Hora, instrumentos praticamente extintos do uso cotidiano, como um relógio de sol, a indicação de pontos cardeais e um periscópio, são prestigiados na estrutura lúdica da artista Rochelle Costi.

Ana Tavares
“Mikado (Cabanas Originária)”, 2022 de Ana Maria Tavares

Para arrecadar verba e viabilizar a construção dos brinquedos-obras em praças públicas, os artistas estão vendendo os projetos para colecionadores interessados em ter um desses no seu jardim. A cada terceira venda, O Pequeno Colecionador se compromete a fazer uma doação para uma comunidade da periferia de São Paulo.

Em tempo: você também pode conferir as maquetes de cada projeto visitando a exposição na Carbono Galeria até o próximo sábado, dia 22 de outubro.

Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support