Bel Falleiros

por Caroline Carrion

Tempo de leitura estimado: 2 minutos

Formada em Arquitetura pela FAU-USP, Bel Falleiros (n. 1983) começa sua pesquisa artística informada pelo urbanismo, por como a cidade exibe as marcas de sua história às vezes mais naquilo que oculta do que em seus monumentos, e por como o corpo – individual e social – é tão formatado pela cidade quanto ela é construída por ele. Nascida em São Paulo e tendo vivido em Nova York em Berlim, sua experiência de vida nessas grandes metrópoles imiscui-se à pesquisa histórica, geográfica e arqueológica em sua produção artística que parte geralmente do ato de caminhar e se formaliza através de instalações, uma mídia de natureza interdisciplinar e polifônica.

Em 2014, a artista teve sua primeira individual, “Sobre ruínas, memórias e monumentos” na Caixa Cultural São Paulo. Apresentado como uma instalação composta por itens tão diversos como desenhos, mapas, fotografias, pedras e a roupa da artista, o projeto conciliava a experiência de caminhadas pela cidade a uma extensa pesquisa no arquivo fotográfico do município de São Paulo, norteada por seus monumentos e pela amnésia de seu passado colonial (trata-se de uma cidade, afinal, que “deslocou” tanto o seu marco zero quanto o local do grito de independência para atender a conveniências narrativas).

A partir de 2015, com a realização de uma residência coletiva com outras quatro artistas na Oficina Oswald de Andrade (Renata Cruz, Laura Gorski, Flavia Mielnik e Alessandra Duarte), o aspecto comunitário e de experiência coletiva, já latente em sua obra, parece aflorar com mais força, assim como seu interesse por histórias mais ancestrais que as nossas memórias urbanas. Em 2016, a artista apresentou em Pecos, no Novo México, uma instalação site-specific que se apropria de procedimentos da land art para criar, em uma reserva de preservação ecológica e cultural, um espaço em que a história e a tradição foram ampliadas pela intervenção artística, que pôde tornar a área, até então restrita, temporariamente acessível ao público. De forma semelhante, em uma residência artística realizada em Detroit em 2017, a artista criou um “umbigo na terra”, uma praça circular esculpida no próprio solo do local, que sobrevive ao término de sua residência para se tornar um ponto de encontro para a comunidade local.

Atualmente, Bel Fallerios vive nos Estados Unidos, entre Detroit, Nova York e uma área rural no estado da Virgínia.

Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support