Em mais de 60 anos, Ed Ruscha construiu uma obra que abrange fotografias conceituais, pinturas, desenhos, livros de artistas, gravuras e filmes que narram o desenvolvimento do oeste americano e, em particular, da cidade de Los Angeles, em um idioma artístico singular. Amplamente aclamado como testemunha e historiador de mente sóbria e desapaixonada, franco e enigmático ao mesmo tempo, Ruscha é dotado de um grande senso de humor lingüístico e da vida cotidiana. A concepção de sua exposição mais recente revela não apenas um observador alerta, mas também um mestre da alusão bem colocada, do enredo fascinante e espirituoso. Embora a maioria dos trabalhos expostos seja recente, Double Americanism traz uma revisão inesperada de sua obra.
A linguagem, na forma de textos ou palavras únicas, faz parte da produção de Ruscha desde o início; desde os anos 1960, suas pinturas revelam uma interação cada vez mais complexa entre imagem e texto. Sua exposição na Vienna Secession marca a estréia pública de uma nova série de pinturas linguísticas informadas por suas memórias da cidade de Oklahoma, onde ele passou a adolescência, e as gírias específicas da cidade: cabeças de pergaminho usadas são inscritas com locuções que fazem uso de uma dupla negação.
Para uma revisão conceitual de uma série de pinturas criadas entre 1985 e 2017, Ruscha se ramificou na edição de imagens digitais. Sua concisão e humor seco estão em exibição em Double Americanismism, mostra que responde ao estado atual dos assuntos americanos com a sugestão de que o arco da história é longo e o presente é transitório. Em alguns aspectos, a série lembra Course of Empire, um conjunto de mudanças na paisagem urbana de Los Angeles ao longo dos anos, que foi apresentado no pavilhão americano na Bienal de Veneza em 2005.
Ed Ruscha: Double Americanisms
Abertura: 15/11/18, 19h.
Visitação: até 20/01/19; terça a domingo, 10h-18h.
Secession: Friedrichstraße 12, 1010 Viena. Ingressos:
