Top 20: Obras imperdíveis do acervo do Rijksmuseum

Museu localizado em Amsterdã já tem mais de 710 mil obras de seu acervo disponíveis para consulta online em sua plataforma, saiba o que você não pode deixar de ver

Tempo de leitura estimado: 8 minutos

No início de janeiro, o principal museu da Holanda, o Rijksmuseum, chegou à marca de 709 mil obras disponibilizadas gratuitamente para consulta em seu acervo virtual! As obras foram digitalizadas em alta qualidade, tendo descrições e muitas das imagens estão disponíveis para download, já que as obras estão em domínio público! Além disso, a plataforma permite que as pessoas criem usuários e adicionem as obras de arte que quiserem às suas coleções, numa espécie de Pinterest Artsy!

Tendo isso em vista, decidimos incluir na nossa seção de obras imperdíveis em acervos de museus pelo mundo o Rijksmuseum, aproveitando esse recurso importante que a instituição liberou para que as pessoas apreciem sua coleção mesmo estando longe. Já passaram por aqui obras dos acervos do Met, do MoMA, do Louvre, da Pinacoteca de São Paulo, da Uffizi e do MASP!

Confira abaixo o que ver no Rijksmuseum além de Vermeer, Van Gogh e Monet (mas sem deixar de vê-los também)!

Johannes Vermeer, The Milkmaid, c. 1660

Uma criada derrama leite, totalmente absorta em seu trabalho. Exceto pelo fluxo de leite, todo o resto está parado. Vermeer pegou essa atividade cotidiana simples e a transformou em tema de uma pintura impressionante – a mulher fica parada como uma estátua na sala bem iluminada. Vermeer também sabia como a luz, por meio de centenas de pontos coloridos, joga na superfície dos objetos.

Rembrandt, Johannes Wtenbogaert e Retrato de uma mulher (Maria Trip), respectivamente 1633 e 1639

Os trabalhos de Rembrandt que retratam figuras são comumente montados para exibição desta forma, como se um estivesse de frente para o outro. Por isso, a escolha dessas duas obras.  Nesse retrato, Maria foi retratada como forma de expressar a riqueza de sua família, com seu lenço de pescoço (feito da renda mais fina) e pérolas. Já o retrato do ministro e líder religioso protestante Wtenbogaert foi encomendado a Rembrandt em 1633 por um admirador.

Katsushika Hokusai, De Onmaya rivieroever, 1822

Muito conhecido por suas obras Fuji Vermelho e A Grande Onda, o artista japonês Hokusai inspirou artistas como Van Gogh e Gauguin. O acervo do Rijksmuseum possui algumas obras do artista que demonstram a sua habilidade não só com a gravura e com o design, mas também com o desenho e a pintura. De Onmaya rivieroever é um trabalho que demonstra com força o porquê ele foi celebrado como grande artista da paisagem.

Vincent van Gogh, Auto-retrato, 1887

O acervo do museu holandês tem um dos autorretrato que Vincent pintou ao longo de sua vida. Esse novo estilo colorido da pintura francesa do qual essa tela é composta foi descoberto por Van Gogh quando seu irmão, Theo, falou para ele sobre. Para experimentar o estilo, ele serviu de modelo para ele mesmo, fazendo diversos autorretratos para não ter que pagar para que um/a modelo posasse para ele!

Geertgen tot Sint Jans, The Tree of Jesse, c. 1500

A pintura retrata de forma simbólica a árvore genealógica de Jesus Cristo. Ela vai florescendo ao sair de Jessé, que está adormecido. Ele é um antepassado de uma linhagem de reis que incluía, segundo a tradição, Salomão, Davi e Jesus. Os ramos estão cheios com os reis de Israel, entre eles o Rei Davi com sua harpa. No topo, a Virgem está com o Menino Jesus no colo.

Jan Jansz Mostaert, Portrait of an African Man (Christophle le More?), ca. 1525–30

Este é o único retrato conhecido de um homem negro nas primeiras pinturas europeias. Ele pode ter servido na corte de Bruxelas do imperador Carlos V, que tinha um arqueiro negro chamado Christophle le More entre seus guarda-costas. A insígnia da Virgem em seu boné é uma lembrança de uma peregrinação a Halle (Brabante), um destino favorito dos peregrinos da corte de Bruxelas.

Cartaz do óleo para salada Delft, janeiro Toorop, 1894

Dentre as peças de Arte Nouveu que estão no museu, este pôster foi encomendado pela Nederlandsche Oliefabriek, um fabricante de óleo em Delft. Duas mulheres com cabelos ondulados e cortinas esvoaçantes ocupam a maior parte da composição. Um deles está temperando uma salada. As mulheres com seus contornos enfáticos desviam a atenção da propaganda propriamente dita, principalmente do óleo de salada. O pôster se tornou um ícone e emprestou à Art Nouveau holandesa seu apelido, o “estilo óleo de salada”.

Claude Monet, La Corniche perto de Mônaco, 1884

No tempo de Monet, La Corniche era uma trilha estreita de montanha; hoje em dia, é a estrada principal entre Nice e Mônaco. Aqui o sol está alto, a sombra do caminhante solitário curta. As cores de Monet brilham: vermelho, verde, azul – tudo brilha à luz do sol. A pintura foi entregue ao Rijksmuseum já em 1900, quando o trabalho de Monet ainda era totalmente desconhecido na Holanda.

Jan Brueghel, Latona e os camponeses da Lícia, c. 1605

Ninguém insulta uma deusa e permanece impune. Cansada e com sede, Latona, a mãe de Apolo e Diana, pára para matar a sede em um lago. Alguns camponeses que trabalham nas proximidades, porém, a impedem de fazê-lo. Latona os amaldiçoa transformando-os em sapos e os condenando a passar a eternidade na lama.

Henriëtte Ronner, The Musicians, c. 1876-77.

A maioria das obras da instituição foram feitas por homens. Esse trabalho de Henriëtte Ronner-Knip, famosa por suas representações sentimentais de cães e gatos em interiores domésticos, destoa disso. Os gatinhos de olhos grandes são curiosos e ativos, enquanto a mãe observa a cena com calma e desinteresse. Para desenhar os gatos, a artista utilizou uma gaiola de vidro especial na qual os animais eram colocados com o auxílio de almofadas.

Anselmus Boëtius de Boodt, Ostrich (Struthio camelus), 1596 – 1610

Anselmus Boëtius de Boodt fez diversas ilustrações para o livro Historia Naturalis, que teve como objetivo fornecer uma imagem “científica” confiável para cada assunto, de animais a plantas. No entanto, algumas ilustrações têm um ar animado e bem-humorado que as diferencia dos modelos zoológicos anteriores. Este avestruz cômico, com seu pescoço torcido e expressão perplexa, foi provisoriamente atribuído ao colega artista da corte Joris Hoefnagel, que pintou o mesmo motivo no fundo de duas outras aquarelas uma vez na coleção de Rudolph.

Adriaen de Vries, Triton soprando uma concha, c. 1615-18

Este tritão, criatura marinha da comitiva do deus Netuno, é uma das dezesseis esculturas que, juntas, formaram uma fonte monumental. O enorme complexo ficava em frente ao Castelo de Frederiksborg, na Dinamarca, mas em 1659 os soldados suecos levaram as estátuas como butim de guerra para Estocolmo. O tritão originalmente empoleirado na borda de uma bacia e água jorrou da concha que ele está soprando.

Otto van Veen, The Batavians Defeating the Romans on the Rhine, 1600-13

Em 1613, o parlamento holandês contratou Otto van Veen para pintar doze pinturas que retratam a revolta dos Batavos contra os Romanos em 69 e 70 DC. Elas foram exibidas em Binnenhof, o prédio do governo central em Haia. Nos primeiros anos da República Holandesa, muitos compararam sua própria revolta contra a Espanha ao levante bataviano.

Jan Asselijn, The Threatened Swan, c. 1650

Nesta obra simbólica, um cisne defende ferozmente seu ninho contra um cachorro. Nos séculos posteriores, essa briga foi interpretada como uma alegoria política: pensava-se que o cisne branco simbolizava o estadista holandês Johan de Witt (assassinado em 1672) protegendo o país de seus inimigos. Esse era o significado atribuído à pintura quando ela se tornou a primeira aquisição a entrar no Nationale Kunstgalerij (o precursor do Rijksmuseum) em 1880.

Giovanni Cristoforo Romano, Portrait of Eleonora of Aragon, c. 1473

Esta obra atribuída a Giovanni Cristoforo Romano, trás esculpida uma jovem de perfil e em relevo extremamente baixo. É Eleonora de Aragão. O fato de ela enfrentar a esquerda sugere que ela não é casada. Com sua inscrição gloriosa – “divina Eleonora” – o retrato pode ter sido um presente de Ercole I d’Este, o duque de Ferrara, com quem ela se casou em 1473.

Artista desconhecido, Christ’s Descent into Limbo , c. 1440

Nesta obra de um artista anônimo, estão esculpidos três grupos, de um grande altar da crucificação, que revelam o quão colorida a maioria das esculturas góticas eram originalmente. Durante uma restauração recente, pequenas lascas de vidro foram encontradas no pigmento antigo; isso teria adicionado à impressão brilhante do todo. A pesquisa do carvalho mostra que as esculturas foram esculpidas após c. 1420, a data do corte da árvore.

Pieter Claesz, Natureza morta com torta de peru, 1627

Pieter Claesz pintou várias naturezas mortas. O Rijksmuseum tem mais de uma delas e sua coleção! Nesta mesa, estão produtos luxuosos, entre eles objetos asiáticos. Especialmente atraentes são o prato de porcelana e a concha do nautilus. Mesmo em objetos inesperados, a presença da Ásia está implícita – por exemplo, em tortas salgadas, que contêm ingredientes como canela, maça, cravo e gengibre.

Bartholomeus van der Helst, Banquet at the Crossbowmen’s Guild in Celebration of the Treaty of Münster, 1648

Na coleção da instituição, existem várias telas enormes que mostram grupos de pessoas reunidas. Dá até saudade de uma aglomeraçãozinha! Nesta, é retratado o banquete em ocasião da assinatura do Tratado de Münster, que marcou o fim da guerra com a Espanha. Os capitães da companhia da guarda cívica apertam as mãos em sinal de paz e o chifre é passado. O poema no tambor proclama a alegria da milícia armada de Amsterdã por suas armas poderem agora ser enterradas.

Willem van de Velde, Um navio em alto mar capturado por uma tempestade, conhecido como ‘The Gust’, c. 1680

Este grande navio de guerra britânico de 70 armas está em perigo. Uma forte rajada de vento quebrou um de seus mastros e uma vela se soltou. Em 1672, Willem van de Velde II, junto com seu pai, que também era pintor de marinha, entrou ao serviço da corte inglesa.

Isaac Israels, Shop Window, 1894

Para encerrrar, nesta pintura impressionista, um casal observa roupas infantis na vitrine iluminada da loja de roupas Bahlmann & Co. em Amsterdã. O artista organizou cada vestidinho cuidadosamente por cores, criando traços diagonais de vermelho, azul claro e branco. As vitrines das lojas com iluminação noturna, possibilitadas pela introdução da luz elétrica, eram novas no final do século XIX.



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