4 artistas contemporâneos que criam pinturas sem pincel ou tinta

Conheça uma geração de artistas que exploram a questão pictórica a partir da assemblage de diferentes materiais

Tempo de leitura estimado: 3 minutos

Já se foi o tempo em que a pintura era intrinsecamente associada ao uso tradicional da tinta a óleo e do pincel. À medida que a arte evolui, a definição de pintura passou por diversas metamorfoses e, na contemporaneidade, seu conceito se expandiu significativamente. 

Hoje apresentamos aqui quatro exemplos de uma nova geração de artistas que investigam relações pictóricas dispensando o uso do pincel e das tintas e convidando materiais inusitados para dar vida às suas narrativas visuais. 

Anthony Olubunmi Akinbola

Anthony Olubunmi Akinbola, Jubilee, 2021

O artista nigeriano-americano, desafia os limites tradicionais que delimitam a pintura e a escultura, para investigar construções de identidades. Akinbola desenvolveu técnicas autodidatas envolvendo objetos que são culturalmente significativos para as comunidades negras, como azeite de dendê e durags – lenços de cetim ou seda, para ser amarrado na cabeça de modo a proteger ou modelar os cabelos. Sua produção celebra e reconcilia diversas narrativas culturais, enquanto reflete também sobre consumo, fetichização, respeitabilidade e a mercantilização da cultura negra. 

April Bey

April Bey, da série Atlântica

Nascida nas Bahamas, April Bey é uma artista visual e educadora que hoje vive nos Estados Unidos. Seu corpo de trabalho, que tem como principal matéria prima os tecidos, circunda temáticas como a cultura americana e bahamiana, o feminismo, pós-colonialismo, entre outros. Dentro de sua série contínua intitulada “Atlantica”, Bey produz obras bidimensionais em técnica mista e instalações pictóricas figurativas. Incorporando materiais como glitter, vinil e materiais têxteis, ricos em significados queer, ela elabora ícones em torno de imagens de figuras reais de sua comunidade. 

Serge Attukwei Clottey

Serge Attukwei Clottey, Missing and Tracing Links IX, 2015

O artista natural de Gana une sua prática multidisciplinar em torno de um material em especial: o galão amarelo, um objeto comum em sua cidade natal. Clottey derrete, perfura, costura e reaproveita os recipientes plásticos, combinando-os com materiais como sacos de juta e pneus descartados, e tornando-os, inclusive, adereços e cenários em suas performances. Graduado pelo Ghanatta College of Art and Design, Clottey batizou sua prática de “Afrogallonism”, em referência ao seu material de escolha, que estabelece uma relação com o comércio e a distribuição de água em Gana. 

Frank Ammerlaan

Frank Ammerlaan, Untitled, 2020

Com uma formação em Artes pela The Gerrit Rietveld Academy e um mestrado em pintura pela Royal College of Art, o artista holandês rompe com a visão tradicional de pintura, explorando a materialidade e a transformação efêmera de seus elementos. Ammerlaan constrói diversas composições de parede a partir, por exemplo, de chapas de chumbo e derramamento de óleo. Seu trabalho experimental e amplamente baseado em arranjos geométricos já o levou a conquistar grandes prêmios, como o De Scheffer Award e o Royal Award for Painting.

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