A série Lupin e 7 obras de arte que nunca foram recuperadas

A série francesa disponível na Netflix conta a história de um zelador do Louvre que planeja o roubo de um objeto valioso, mas não é muito bem isso…

Tempo de leitura estimado: 3 minutos

Há poucas semanas a Netflix estreou em seu catálogo de séries originais a série francesa Lupin! O que poderia ser só mais uma história de roubo de obras de arte em museu vai muito além disso. A história vai mostrando sua profundidade nessa adaptação da fábula de Maurice Leblanc ao acompanhar o personagem Assane Diop (Omar Sy) em seu objetivo de roubar um objeto específico do Louvre, onde trabalha como zelador. Esse roubo, porém, não tem motivação financeira. Diop não quer roubar para enriquecer.

Sua motivação vem de um drama familiar que o persegue há alguns anos, desde que seu pai morreu na prisão, após ser condenado por roubar o mesmo objeto que o filho planeja. Ele não só quer se vingar por acreditar que o pai foi preso injustamente, mas também porque acredita que o pai não se matou na prisão, mas sim foi assassinado. Desta forma, ele planeja um roubo engenhoso para comprometer a família da elite responsável por tudo o que realmente aconteceu.



Lupin poderia até ser taxado como um “anti-herói”, mas ele tem virtudes demais para isso, não é o clássico anti-herói que quebra a ética e a moral ao fazer justiça. Aí é que está também o principal ponto da série: no background desse enredo, a série nos brinda com uma ótima reflexão sobre o racismo estrutural ao colocar nessa versão contemporânea da trama personagens negros para interpretar Lupin e o pai.

O encarceramento injusto de um homem negro acusado por pessoas brancas da elite de roubar uma joia importante, o fato de Lupin trabalhar num cargo “invisível” do museu, dentre outros pontos, nos leva a refletir sobre como a população negra é marginalizada e criminalizada, tendo o racismo expressado de várias maneiras.

No roteiro da série, o racismo institucional está bastante explícito, nas “pessoas” da instituição museu e da instituição polícia. Já nas entrelinhas, há também uma crítica à instituição “cinema/tv”, que sempre colocou apenas homens brancos para interpretar ladrões gentis, cultos e rebuscados. Lupin interpretado por Sy vem para quebrar esse estigma.

Assista à série na Netflix para descobrir se Arsene teve êxito em sua missão!

Listamos abaixo algumas obras de arte que talvez você nunca tenha visto. Acontece que elas foram roubadas e até hoje não foram encontradas:

1. The Storm on the Sea of Galilee, de Rembrandt

Junto com outras importantes obras, foi roubada do Isabella Stewart Gardner Museum, em Boston, em 1990.

2. Davidoff Stradivarius.

Roubado em 1995 do apartamento da violinista Erica Morini.

3. Imperial Fabergé Eggs, criados para a família imperial russa

Roubadas durante a Revolução Russa em 1917, apenas algumas das peças foram encontradas.

4. Spring Garden, de Van Gogh

Roubada Singer Laren Museum durante o lockdown em março de 2020

5. Femme Devant Une Fenêtre Ouverte, Dite La Fiancée, de Paul Gauguin

Roubada do Rotterdam’s Kunsthal Museum em 2013

6. Retrato de Francis Bacon, por Lucian Freud

Desapareceu em 1988 de uma galeria em Berlim.

7. O Concerto, de Johannes Vermeer

A obra roubada mais valiosa do mundo, levada do Isabella Stewart Gardner Museum, em Boston, em 1990!
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