Eduardo Hargreaves 

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Eduardo Hargreaves trabalha sobre diferentes suportes, explorando principalmente o desenho. Na série Paisagens Rotas, o artista desenvolve uma pesquisa em desenho a partir da exploração de diversos materiais – carvão, pigmentos naturais, pasteis, grafite, óleo de linhaça, cera de abelha e parafina. Disparado por situações acidentais e casuais, o trabalho acontece por meio de experimentações com os processos de aplicação e fixação desses meios sobre a superfície de papéis mata borrão. Como desdobramento desta série de 2016/17, Hargreaves desenvolveu “Viagem ao outro lado da noite“. A materialidade da superfície, o peso e a espessura do papel agora dão lugar a um suporte mais fino, menos opaco, que se une a uma mudança na forma de desenhar e no material usado para aplicação e fixação do pigmento e do carvão.

Para além do desenho e suas possibilidades expandidas, Eduardo Hargreaves também investiga outros caminhos materiais, usando objetos, esculturas, instalações e intervenções. Em trabalhos como “Esses pedaços de ti, América”, ele aplica parafina sobre um mapa para criar um desenho negativo no formato da América do Sul – o mapa cartografa as ruas de Belo Horizonte, e foi retirado da publicação das Diretrizes da Lei de Ocupação e Uso do Solo de 1985. Já em “Desenhos Topológicos”, o artista toma  como ponto de partida esses mesmos mapas das Diretrizes de Ocupação e Uso do Solo de BH, mas agora explorando as páginas referentes às fronteiras: as cidades vizinhas são representadas em branco, sem informações ou dados. Uma sequencia destes espaços são recortados e sobrepostos, intercalados em camadas por chapas de vidro transparente. Ao fundo das transparências e recortes, a presença de uma chapa de ferro se destaca na contra-forma. O conjunto é então preso à uma estrutura de madeira que simula a presença de um dormente, encaixado com leveza sobre uma estrutura de aço.

Eduardo Hargreaves é graduado em artes visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em 2018, participou da residência Ocupa_Espai, ao lado do também artista José Lara, com acompanhamento, orientação e curadoria de Nydia Negromonte e Marcelo Drummond. Em agosto de 2018, realizou sua primeira individual, Paisagens Rotas, no Centro Cultural da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ). Em setembro do mesmo ano, participou da exposição coletiva do Festival Artes Vertentes, Longitudes e latitudes da memória, com curadoria de Luiz Gustavo Carvalho, ao lado de grandes artistas brasileiros como Nuno Ramos, Hilal Sami Hilal, Nicia Braga, Ana Alves e Caetano Dias. Foi premiado pelo edital do programa Mostras BDMG, apresentando uma individual em maior escala, Cartas para um lugar, na Galeria de Arte BDMG Cultural, em Belo Horizonte. 

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