Alemanha dos anos 1920 é tema de exposição no Centre Pompidou

Explorando a sociedade alemã da República de Weimar, a mostra exibe obras da Nova Objetividade e as fotografias de August Sander

Semi-nua II, 1926, Alexander Kanoldt,, exposição Alemanha nos anos 1920.
Semi-nua II, 1926, Alexander Kanoldt, exposição Alemanha nos anos 1920.

Alemanha/ 1920s /Nova Objetividade/ August Sander, em cartaz no Centre Pompidou, é uma mostra em larga escala debruçada sobre o panorama sócio-cultural da Alemanha nos anos 1920. Focando em uma corrente pós-expressionista que surge no período entreguerras e contextualizando as obras em meio às fotografias de August Sander, a mostra é uma verdadeira documentação histórica deste delicado período enfrentado pela Alemanha.

Em meio ao triste cenário de humilhação, derrota e crise econômica, alguns artistas alemães rompem com o expressionismo provocando-o com um movimento oposto, que descarta as tendências abstratas, românticas e idealistas do expressionismo e passa a focar na objetividade do mundo. Os artistas deste movimento tinham um apreço pelo retrato e retomam uma tendência realista ao retratar as pessoas de sua época.

Retrato da jornalista Sylvia Von Harden, 1926, Otto Dix, exposição Alemanha nos anos 1920.
Retrato da jornalista Sylvia Von Harden, 1926, Otto Dix, exposição Alemanha nos anos 1920.

Entretanto, estes retratos são satirizados, exagerados e enfatizam o “feio”, algo que pode ser compreendido como um comportamento fruto da “cultura da vergonha” que tomou o espírito do povo alemão. Em 1925, Gustav Friedrich Hartlaub, diretor do Museu de Arte da cidade de Mannheim, organizou uma mostra com obras deste novo movimento e a intitula “Nova Objetividade”, como o movimento passou a ser conhecido.

Autorretrato de Smoking, 1927, Max Beckmann, exposição Alemanha nos anos 1920.
Autorretrato de Smoking, 1927, Max Beckmann, exposição Alemanha nos anos 1920.

Entre os principais nomes deste movimento estão Otto Dix, Max Beckmann, George Grosz, Alexander Kanoldt e Jeanne Mammen. Ainda que tenha sido relativamente breve, visto que a nova objetividade se encerra em 1933 com o fim da República de Weimer, as obras desta corrente artística são um dos maiores legados da arte moderna da Alemanha mesmo depois de terem sido consideradas “arte degenerada” durante o regime nazista.

Jovem menina em um trailer, 1926–1932, August Sander. (Reprodução)
Jovem menina em um trailer, 1926–1932, August Sander. (Reprodução)

Para acompanhar e contextualizar a mostra, estão apresentadas também quase como uma exposição dentro de uma exposição, uma grande antologia das fotografias do fotógrafo alemão August Sander intitulada Homens do Século XX. Em uma clara correspondência com as categorias e grupos sócio-culturais definidos por Sander, tanto as pinturas como as fotografias estão organizadas em oito seções temáticas estabelecendo um diálogo entre si.

O Pianista, 1925, August Sander. (Reprodução)
O Pianista, 1925, August Sander. (Reprodução)

Tanto os retratos capturados pela objetiva de Sander como as pinturas realizadas pelos artistas da nova objetividade parecem colocar diante do observador não só as pessoas retratadas, mas também a essência de cada um delas, de forma que os trabalhos são uma documentação histórica das pessoas da época e dos sentimentos que as rodeavam.

Serviço

Alemanha nos anos 1920 

Local: Centre Pompidou 

Endereço: Place Georges-Pompidou, 75004 Paris, França

Data: Até 5 de setembro de 2022

Funcionamento: De quarta a segunda das 11h às 21h

Ingresso: 11 – 14 euros 

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