Galeria Millan apresenta mostra individual ide Tatiana Blass

Com curadoria de Camila Bechelany, mostra intitulada Reviravolta reúne peças inéditas entre pinturas, instalações e “esculturas em ação”

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Reviravolta #2, 2022, Tatiana Blass. (Foto: Bruno Leão)

A exposição Reviravolta traz obras inéditas da artista Tatiana Blass em diversos suportes diferentes. Com curadoria de Camila Bechelany e inauguração marcada para amanhã, dia 11 de junho, a exposição acontece na sede da Galeria Millan, em São Paulo. Para esta exposição, Blass criou uma instalação especialmente para o espaço da galeria. Batizada de O fim continua,  a nova instalação traz uma mangueira de ferro que se encontra no interior da galeria gotejando água que, então, escorre pelo piso até o andar inferior da construção, atravessando a arquitetura e marcando o espaço com um rastro de ferrugem. 

A partir de um procedimento similar ao da instalação, Blass realizou um conjunto de esculturas intituladas Reviravolta, criadas com mangueiras de borracha e de ferro entrelaçadas em formato de uma fita de Möbius. Trata-se de uma investigação sobre o espaço topológico infinito que atravessa a história da arte no Brasil desde a segunda metade do século XX. É uma alegoria da continuidade do fim que não diz respeito ao término, aniquilação ou encerramento, mas sim da reconfiguração formal e material de modos de existência no espaço e no tempo. Continuidade e fim, maleabilidade e rigidez, forma e conteúdo, são contrastes dissolvidos e espelhados em toda a exposição.

Bagunça #5, 2022, Tatiana Blass. (Foto: Bruno Leão)

“A produção de Tatiana Blass é marcada pela prática constante da pintura e por um experimentalismo em torno da matéria. Seja a obra uma escultura, um objeto, uma instalação ou um vídeo, ela é sempre atravessada pela problematização pictórica – que evidencia questões de volume, enquadramento e encaixe – e pela presença da linha na composição”, pontua Bechelany. 

Os de pé  #4, 2022, Tatiana Blass. (Foto: Bruno Leão)

Além das esculturas centrais, a mostra apresenta ainda três peças descritas por Blass como “esculturas em ação”. O nome se deve ao fato de o processo escultural da peça ir se desenvolvendo à medida que o tempo passa, já que a ideia das obras consiste em elas serem produzidas a partir de cera e se deformarem ao longo da exposição por meio de elementos indutores de calor. Recentemente pudemos observar algo parecido com a exposição inaugural da Pinault Collection, na Bourse de Commerce em Paris, com as obras da mostra Destruction Créatrice (Destruição Criadora) do artista americano Urs Fischer, produzidas a partir de cera e que derreteram ao longo da exposição, resultando em um produto inédito e surpreendente.  O mais legal é que os visitantes que iam em datas diferentes tinham percepções singulares da obra que observavam. Acredito que podemos esperar um resultado semelhante das obras de Blass.

Além das esculturas em ação, estarão expostas também três séries de pinturas inéditas: Os Sentados e Os de pé, que são inspiradas em fotografias de cenas de teatro, Bagunça e Pintura que derrete, que segue a lógica das esculturas em ação e também é deformada (ou completada) pela cera que escorre pela tela quando os elementos condutores de calor são acionados, mas desta vez o que os aciona é a presença dos visitantes.

Serviço

Reviravolta

Local: Galeria Millan

Endereço: R. Fradique Coutinho, 1360/1416 – Pinheiros, São Paulo

Data: 11 de junho a 8 de julho de 2022. 

Funcionamento: Segunda a sexta, das 10h às 19h, Sábado das 11h às 15h. 

Ingresso: Grátis

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