![Massificação (João), 1966, de Carlos Zilio](https://www.artequeacontece.com.br/wp-content/uploads/2021/11/carlos-zilio2-1024x658.jpg)
Quem acompanha no nosso podcast sobre o centenário da Semana de Arte Moderna no Brasil, já sabe que a Pinacoteca de São Paulo já planeja há algum tempo apresentar uma representativa exposição sobre o tema sob curadoria de José Augusto Ribeiro. A ideia, na verdade, não é focar nos artistas modernos que produziram antes e depois da Semana de 22 e sim partir de um momento significativo da história da industrialização do Brasil para analisar como as diferentes indústrias que nasceram e se desenvolveram desde então impactaram a produção artística nacional.
A máquina do mundo: Arte e indústria no Brasil 1901 – 2021”, que abre no próximo dia 6 de novembro, apresenta cerca de 250 obras de mais de 100 artistas sob uma perspectiva inédita dos últimos 120 anos da História da Arte Brasileira.
![Portal, 2017, de Alexandre da Cunha](https://www.artequeacontece.com.br/wp-content/uploads/2021/11/alexandre-da-cunha-704x1024.jpg)
![Multimarcas II, 2011, de Leda Catunda](https://www.artequeacontece.com.br/wp-content/uploads/2021/11/leda-catunda-1024x954.png)
Se Tarsila do Amaral marcou essa história pitando fábricas, ferrovias e trabalhadores, a própria indústria moderna e as máquinas resignificaram o pensamento e o fazer artístico. “Por um lado, a máquina está ligada às fábricas, a esses locais símbolos da modernidade, com trabalhadores concentrados em linhas de montagem, maquinário pesado, produtos processados e de circulação em massa. Por outro lado, a máquina está associada à noção do próprio trabalho de arte como um aparelho”, ressalta o texto da mostra.
Além de obras históricas e peças contemporâneas já significativas para a nossa narrativa artística, o visitante também poderá conferir três trabalhos inéditos, idealizados especialmente para a coletiva: a artista Ana Linnemann idealizou A Mesa de Ateliê 4, no qual um sistema complexo de procedimentos mecânicos repetem atividades realizadas em ateliê por artistas; Artur Lescher desenvolveu Riovenir, que faz referência às esteiras de linha de produção; e, Raul Mourão realiza a obra Pilha/torre que, por meio da ação do público, coloca em movimento pendular e constante uma estrutura geométrica.
![Lute, Carlos Zilio](https://www.artequeacontece.com.br/wp-content/uploads/2021/11/carlos-zilio-1024x862.png)
![Poema [Poem], 1979, Lenora de Barros](https://www.artequeacontece.com.br/wp-content/uploads/2021/11/lenora-de-barros5-1024x787.png)
Não perca, ainda, Santoscópio=Dumontagem, o curta de Carlos Adriano, onde Santos Dumont explica o funcionamento de seus balões dirigíveis ao aeronauta Charles Stewart Rolls em 1901. O filme original foi feito a partir de 1.339 cartões fotográficos e podia ser visto em um dispositivo cinematográfico chamado mutoscópio. O registro, entretanto, foi dado como perdido até que, em 2002, acabou sendo encontrado pelo artista Carlos Adriano, que coordenou os trabalhos de restauração da peça, digitalizou as imagens e, a partir disso, criou a nova produção.
![Santoscópio = Dumontagem, de Carlos Adriano](https://www.artequeacontece.com.br/wp-content/uploads/2021/11/carlos-adriano-1024x742.jpg)
A máquina do mundo: Arte e indústria no Brasil 1901 – 2021
Data: De 06 de novembro de 2021 até 22 de fevereiro de 2022