Museu Bispo do Rosário realiza mostra que inicia celebrações de centenário da Colônia Juliano Moreira

A exposição ‘Arte Ponto Vital’ foi montada a partir de uma curadoria coletiva que incluiu os colaboradores do museu, que fica na Zona Oeste do Rio de Janeiro

Antônio Bragança, sem título, 1955

Localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a Colônia Juliano Moreira completará 100 anos desde a sua fundação no ano de 2024. O complexo em Jacarepaguá foi criado para funcionar como um núcleo psiquiátrico, sofrendo uma série de modificações estruturais tanto na arquitetura quanto no trato com as pessoas ao com o passar dos anos, especialmente após as mobilizações pela Reforma Psiquiátrica Brasileira. Inaugurado na Colônia em 1982, o Museu Nise da Silveira trocou de nome para Museu Bispo do Rosário nos anos 2000. Dois anos depois, recebeu o nome definitivo que carrega até hoje: Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea.

Hoje, o museu recebe, para iniciar as celebrações de aniversário do complexo arquitetônico, a exposição Arte Ponto Vital. A mostra foi concebida de forma que considerasse o olhar dos colaboradores do museu, transformando em uma curadoria coletiva. Nela, são mostrados trabalhos diversos e em vários formatos e plataformas, de artistas que passaram pelos ateliês de pintura da Colônia Juliano Moreira e do atual Polo Experimental de Convivência, Educação e Cultura, que consideram suas próprias biografias na produção de suas obras. Estão em exibição também alguns aparatos antigos, que eram utilizados no que era considerado tratamento de pacientes no início do século passado.

“Atualmente, através do Atelier Gaia, da Casa B e dos demais programas desenvolvidos pelo Museu Bispo do Rosario, a arte, em suas intersecções com a saúde e a educação,  atualiza suas potências de afirmação da vida na produção de encontros, vínculos, afetos e transformação social”, diz o texto da exposição. A mostra busca colocar foco em cima de artistas como Antônio Bragança, Arthur Bispo do Rosario e Stella do Patrocínio, dentre outros, que foram marginalizados ao longo dos anos e que tiveram em sua produção a “capacidade de abrir frestas, resistir, reinventar e encontrar meios de sobreviver às atrocidades do hospício”.

Bonecas de pano produzidas por pacientes do Núcleo Teixeira Brandão Costura

Visando considerar medidas de distanciamento social para diminuir os contágios por coronavírus, o museu decidiu realizar a abertura da exposição em forma de webnário, no dia 11 de março, reunindo em uma conversa Bárbara Neubarth (Oficina de Livre Criação do HSP), Eurípides Cruz Jr. (Museu de Imagens do Inconsciente), Michelle Louise Guimarães (Museu Osório César) e Raquel Fernandes (Museu Bispo do Rosario). A mesa será mediada por Christina Penna, historiadora da arte e Presidente da Bispo do Rosario Associação Cultural. O vídeo está disponível no canal de Youtube do museu.

Arte Ponto Vital acontece em formato híbrido, podendo ser visitada fisicamente das 10h às 14h no Museu Bispo do Rosário, e também pode ser visitada sem sair de casa, em um tour virtual disponível no site do museu. A mostra é “traz como centro o processo de desinstitucionalização que precisa ser consolidado sem retrocessos, de modo a garantir que a arte e a loucura possam co-existir, livres, na cidade. Manicômio nunca mais!”.

Arte Ponto Vital 
Data: Sem data de término definida ainda.
Local: Museu Bispo do Rosário (Estr. Rodrigues Caldas, 3400 – Taquara, Rio de Janeiro)
Mais informações: https://museubispodorosario.com/

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