60 exposições que agitarão SP em 2024

Desde a exposição de jovens artistas até grandes nomes internacionais, São Paulo continua sendo o epicentro cultural do Brasil

Tempo de leitura estimado: 13 minutos

Ventura Profana

Coletiva de jovens nomes promissores, grandes individuais de artistas que marcaram a História da Arte Brasileira e exposições inéditas que trazem um pouco do mercado internacional para São Paulo – caso da mostra do Francis Bacon no MASP; da Carolee Schneemann no Pivô; Cecília Vicuña na Pinacoteca; e do Calder e Miró no Instituto Tomie Ohtake – 2024 será uma oportunidade única para o paulistano mergulhar profundamente no universo das artes.  

Se o ano passado foi marcado por uma potente presença da arte indígena, agora o mercado promete olhar com mais carinho para as grandes damas da arte brasileira: Anna Maria Maiolino, vencedora do Leão de Ouro em Veneza; Amelia Toledo; Lygia ClarkLygia Pape, Celeida Tostes, Carmela Gross, Mira Schendel e Claudia Andujar são alguns dos nomes que terão (merecidamente) nossa atenção. 

Confira, abaixo, 60 exposições que prometem agitar a vida o paulistano. 

Rayana Rayo

Janeiro

O ano começa com duas coletivas promissoras que reverão revelar novos nomes para o mercado, ao lado de clássicos. Sob curadoria de Germano Dushá, Rafael RG e Fabíola Rodrigues, a segunda edição de “Contra-Flecha,” intitulada Gestos de amor, práticas de sedução, na galeria Almeida e Dale apresenta obras que falam sobre todos os tipos de atração – da biologia e da química da libido às abstrações do prazer e das relações sexuais, passando pelas amizades e afetos familiares. A mostra irá discutir as formas plurais de representação do amor e do afeto na arte por meio de obras de Antonio Henrique Amaral, Chico Tabibuia, Hudinilson Jr., Ismael Nery, José Leonilson, Lygia Pape, Maria Auxiliadora, Maria Lídia Magliani, Maria Martins, Teresinha Soares, e Wanda Pimentel em diálogos com as artistas convidadas Tatiana Chalhoub, Tayná Uràz, Val Souza, e Xamânica, além de  10 artistas selecionados via edital: Bisoro, Daiely Gonçalves, Ferrerin, Geoneide Brandão, Gustavo Torres, Julia Gallo, Linga Acácio, Marina Borges, Nazas e Rainha F.. A partir do dia 19 de janeiro. 

Com curadoria de Antonio Gonçalves Filho, O Legado Experimental , na Galeria Millan, estabelece diálogos entre a produção contemporânea, caso de Elena Damiani, Guga Szabzon e Vivian Caccuri, e obras de artistas ativas desde a década de 1950, como Anna Maria Maiolino, Mira Schendel e Lygia Pape. Um dos elementos que une esses trabalhos é a noção de desenho, que aparece como gesto ou no uso do papel como suporte — pense nas obras de Szabzon, que cria “páginas de caderno” com bordados sobre feltro, ou das monotipias de Schendel. Outro ponto de contato é o uso de materiais não habituais e de novas tecnologias, como os trabalhos de Pape, da histórica série Amazoninos, e os de Vivian Caccuri, que investigam a percepção sonora e utilizam materiais como telas de mosquiteiro ou chaves. No mesmo dia, a galeria abre Surge et veni, uma coletiva que reúne jovens pintores que têm ganhado destaque no circuito artístico: Beatrice Arraes, Bruno Neves, Lucas F. Rubly, Rayana Rayo e Thiago Hattnher, entre outros. De 20 de janeiro até 24 de fevereiro.

Anna Maria Maiolino

Fevereiro

Fevereiro tem carnaval, e tem também muitas exposições imperdíveis. O mês abre com uma individual de Anna Maria Maiolino, na galeria Luisa Strina. Tudo indica que este será o ano de Anna que, depois de uma grande retrospectiva no Instituto Tomie Ohtake, ganhou o Leão de Ouro de Veneza. Visitar sua mostra na galeria pode ser um belo esquenta para o calendário internacional. A partir de 3 de fevereiro. 

Amelia Toledo, outra dama das artes,  ganhará uma merecida individual no MUBE, enquanto a galeria Vermelho abre individual de Carla Zaccagnini. A mostra, que abre no dia 06 de fevereiro, é uma parceria com a Mendes Wood DM e apresenta um diálogo entre obras de Carla e Runo Lagomarsino

Gran Fury

O MASP começa os trabalhos de um ano dedicado à diversidade, com a mostra Gran Fury: arte não é o bastante. Grupo considerado referência para as práticas de ativismo artístico das décadas de 1980 e 1990, o Gran Fury produziu campanhas gráficas e intervenções públicas em torno das questões relacionadas à crise da aids, servindo visualmente ao ACT UP  (Aids Coalition to Unleash Power) em protestos e ações de desobediência civil diante do descaso do governo de Ronald Reagan ao tratamento da epidemia. Com seu trabalho, o coletivo conseguiu pressionar o trabalho de órgãos governamentais para o aumento da criação de políticas públicas de tratamento e conscientização. De 23 de fevereiro até 9 de junho.

galeria Leme fecha o mês com uma individual de Rodrigo Bivar. Já o Instituto Tomie Ohtake abre a programação do ano com a coletiva Diásporas Asiática, onde o público poderá conferir  trabalhos de artistas migrantes da China, da Coreia do Sul e do Japão. Entre os destaques, está produção de Hee Sub Ahn que testemunham um desejo de responder às incertezas de uma nova paisagem e novo idioma, com encanto pela construção de afeto e comunidade e o fascínio pela forma da palavra.  O Instituto Tomie Ohtake abre, ainda, no mesmo dia, uma individual da artista mineira Maria Lira. De 29 fevereiro a 26 maio. 

Carmela Gross

Março 

O mês é marcado por três importantes aberturas no MASPFrancis Bacon: a beleza da carne, de 22 de março até 28 de julho, apresenta, pela primeira vez no Brasil, pinturas do anglo-irlandês conhecido sobretudo por sua maneira particular de retratar as figuras humanas, especialmente retratos e nus masculinos. Em suas obras, pintou frequentemente seus companheiros, amantes e amigos da boemia londrina,  com os quais estabeleceu relações intensas e turbulentas. O museu abre, ainda, Mário de Andrade: duas vidas, de 22 de março até 09 de junho, uma mostra que levanda uma produção intelectual central para a compreensão do modernismo no Brasil e para a construção de uma ideia de identidade brasileira. Mas a leitura clássica do colecionador, poeta e crítico ganha, aqui, um novo olhar, sendo analisada à luz de suas preferências homoafetivas, um assunto considerado tabu até 2015. O públicio verá uma seleção das obras de arte e imagens sacras por ele reunidas, além de um conjunto de fotografias captadas por Mário em suas viagens ao norte e nordeste do Brasil entre 1927 e 1935. Complementam a mostra retratos do crítico realizados por pintores de quem era próximo, além de documentos e fotografias dele próprio. 

O museu abre, também, de 22 de março até 09 de junho, a coletiva Arte na moda: MASP Renner, onde reunirá 78 roupas criadas especialmente para o acervo do museu produzidas a partir de parcerias entre 26 duplas de artistas e estilistas.

Celeida Tostes



Março será lembrado, ainda, por individuais de grandes mulheres da História da Arte Brasileira: a Pinacoteca dedicará as salas da Luz ao trabalho de Lygia Clark, de 02 de março até 4 de agosto,estabelecendo um percurso que torna a experiência sensível o ponto de partida para os mais variados tipos de construção plástica. A mostra panorâmica Lygia Clark: Projeto para um planeta nasce a partir de umexemplar da célebre série de Bichos (déc.1960), responsável por ampliar as possibilidades da escultura moderna, tornando-a flexível e participativa. De 2 de março até 4 de agosto. Paralelamente, a partir do dia 23 de março, sob curadoria da Ana Avelar, a galeria Almeida e Dale abre uma individual dedicada ao trabalho de Lygia Pape, enquanto a galeria Superfície revela, entre os dias 09 de março até 11 de maio, trabalhos de Celeida Tostes. O Sesc Pompéia revela obras de Carmela Gross em diálogo com a fábrica projetada por Lina Bo Bardi, relembrando algumas obras como Instalação (1990) e Estandarte vermelho (1999), que já foram expostas na unidade e que retornarão em novos formatos nessa nova exposição. 

Lygia Clark

Entre os nomes mais jovens, vale destacar a instalação Topografia da memória, de Sallisa Rosa, na Pina Contemporânea, e a individual da artista japonesa Asuka Anastacia Ogawa, na galeria Nara Roesler, a partir do dia 23 de março. A Gomide & Co apresenta as esculturas orgênicas do mineiro Advânio Lessa, enquanto a Galatea revela as pinturas e gravuras do casal de artistas pernambucanos Elza de Oliveira Sousa & Gerson de Souza. Já a galeria Vermelho irá apresentar, a partir do dia 26 de março, uma individual de Lia Chaia, a partir do dia 26 de março. Coletivas com viés mais político também estarão presentes: a Pina Estação vai revelar, a partir do dia 30 de março, obras que marcam os 60 anos da ditadura, e o Instituto Tomie Ohtake será ocupado pela mostra Água Pantanal Fogo, de 09 março a 12 maio.  

Carolee Schneemann
Marcia Falcão

Abril 

O Pivô trará, sob curadoria de Fernanda Brenner e Ana Roman, obras da artista experimental americana Carolee Schneemann. Conhecida por seus trabalhos multimídia sobre corpo, narrativa, sexualidade e gênero, Schneemann chega no Brasil em diálogo com a produção de Diego Bianchi e Marcia Falcão. O Itaú Cultural apresenta, de 3 de abril a 30 de junho, Claudia Andujar: Cosmovisão, com curadoria de Eder Chiodetto. No Sesc Avenida Paulista, o público poderá conferir, a partir do dia 27 de abril, Maxwell Alexandre – Novo Poder: passabilidade – uma instalação com pinturas feitas em papel pardo, em continuação da sequência já apresentada em outras mostras, que discute a circulação de pessoas negras em espaços de arte.No mesmo dia, a galeria Millan abre uma individual da jovem pintora Fran Chang. Quem visitar o Sesc Pinheiros poderá conferir a coletiva Um defeito de cor, curada por Amanda Bonan, Ana Maria Gonçalves e Marcelo Campos. Em parceria com o Museu de Arte do Rio, o Sesc traz São Paulo a exposição que oferece uma interpretação do livro homônimo da escritora mineira Ana Maria Gonçalves, por meio de obras de arte contemporânea. O livro conta a saga de uma mulher africana, chamada Kehinde, que, no Brasil, precisa lutar por sua liberdade e reconstruir sua vida.

Cecília Vicuña
Josef Koudelka

Maio

Pina Contemporânea abre a tão aguardada individual de Cecília Vicuña, enquanto uma exposição sobre o trabalho de J. Cunha tomará a Pina Estação. Entre os dias 18 de maio a 15 de setembro, quem passar pelo IMS de São Paulo poderá conferir, ainda, as fotografias da do  artista tcheco Josef Koudelka. A exposição reunirá duas séries famosas deste grandes nome da tradição da fotografia humanista: Ciganos e Exílios. Iniciadas respectivamente nas décadas de 1960 e 1970, as duas séries são apresentadas integralmente, com ampliações produzidas nas décadas de 1980 e 1990 sob a supervisão do artista.

Angelo Venosa
Montez Magno

Junho

Gustavo Caboco ganha sua segunda individual na galeria Millan, entre os dias 22 de junho a 20 de julho. E São Paulo recebe duas ótimas exposições idealizadas pela Fundação Roberto Marinho, no Rio de Janeiro:  as belas esculturas de Angelo Venosa aterrisam na MAM SP, entre os dias 13 de junho até 01 de setembro, e a mostra que propõe um diálogo entre Calder e Miró será montada no Instituto Tomie Ohtake, entre os dias 20 junho até 15 setembro. No mesmo mês, a galeria Galatea mostra uma exposição individual do artista pernambucano conceitual Montez Magno. Nascido em Timbaúba, Pernambuco, ele começa sua produção nos anos 1950, trabalhando com linguagens distintas como a poesia, a pintura, a escultura, a fotografia, o desenho. Passando por diversos suportes, sua obra abrange desenhos, pinturas, gravuras, poesias visuais, objetos, fotomontagens, livros, instalações, performances, arte ambiental e música. 

Catherine Opie
Mira Schendel

Julho

O melhor programa para o mês das férias será, certamente, visitar o MASP, já que o museu abrirá 3 interessantes exposições que comunicam, de certa forma, entre si. Catherine Opie: o gênero do retrato , de 5 de julho até 27 de outubro revela propõe uma revisão crítica do gênero retrato, se apoiando na duplicidade do sentido da palavra “gênero” na língua portuguesa – daí o título de sua primeira exposição no Brasil. A mostra contará com  cerca de 60 fotografias, incluindo séries mais icônicas em diálogo com 15 retratos emblemáticos da coleção do MASP, desta fotógrafa  conhecida por seus retratos da cena queer californiana desde o final dos anos 1980. Lia D Castro: em todo e nenhum lugar, também no MASP, propõe a percepção de diferentes maneiras de afeto e cuidado como importantes ferramentas de transformação social. A artista se utiliza do trabalho sexual para investigar como as relações de raça, classe e gênero se dão em situações de vulnerabilidade e intimidade. De 5 de julho até 17 de novembro. Last but not least, Ventura Profana ocupa a sala de vídeo do museu até o dia 18 de agosto. Pastora missionária, cantora evangelista, escritora, compositora e artista visual, Ventura tem uma produção enraizada na pesquisa sobre as implicações e metodologias do deuteronomismo, uma tradição interpretativa das escrituras sagradas do cristianismo relacionada à difusão das igrejas neopentecostais. A partir do dia 18 de julho, o Instituto Tomie Ohtake mostra uma retrospectiva de Mira Schendel. 

Stefania Bril

Agosto

Pina Luz apresenta uma interessante mostra coletiva sobre tecidos africanos e uma individual de Gabriel Massan, na Pina ContemporâneaLeonilson: agora e as oportunidades, no MASP, reunirá cerca de 150 trabalhos dos últimos cinco anos de vida do artista, seu período mais rico e complexo, intitulado Leonilson tardio, entre 23 de agoto até 17 de novembro. O título da exposição parte do nome de uma obra que pertence ao acervo do Museu. Agora e as oportunidades (1991) é repleta de conteúdos e significados políticos. Na pintura, ao lado da figura desenhada em preto que parece fundir diversos corpos, estão as frases “Sou um homem só, sou dois”, “agora e as oportunidades” e, abaixo dela, “tenho quase 2 mts e estou só há várias noites”. O personagem evoca um ser mitológico, solitário e dividido, com quatro pernas e cabeças, caminhando para diversos lados.

A partir do dia 24 de agosto, o Instituto Moreira Salles abre Stefania Bril: desobediência pelo afeto – primeira exposição individual depois de quase cinco décadas da última sobre o trabalho da fotógrafa polonesa que emigrou para o Brasil nos anos subsequentes ao fim da Segunda Guerra. Com novas ampliações de suas fotos, muitas delas inéditas, além de vintages e materiais de arquivo, a exposição ressalta a particularidade de seu olhar fotográfico – que se dá em chave feminina, calcado no afeto e na desobediência às lógicas dominantes. 

galeria Vermelho apresenta uma individual de Marcelo Moscheta, a partir do dia 22 de agosto, e o festival de performance VERBO, que contará também com apresentações em São Luís e Fortaleza. Já a galeria Raquel Arnaud, prepara uma exposição com obras da artista Gerogia Kyriakakis, conhecida por experimentar limites de resistência, fragilidade, instabilidade e permanência das coisas, apropriando-se da geografia, e em suas diversas concepções, não só como fonte de inspiração, mas também como ferramenta para estabelecer diálogos com a situação política e social contemporânea. 

O interesse da artista pelos processos naturais revela-se nos procedimentos de combustão, suspensão, deslocamento, tensão e transformação da materialidade frequentemente encontrados em suas obras, criando situações limítrofes onde tudo parece estar na iminência de desfazer-se. 

Almeida Junior

Setembro

Em setembro o Octógono da Pinacoteca Luz será ocupado por Daniel Lie – um dos maiores destaques da última Bienal de São Paulo. O museu organizará, ainda, uma coletiva sobre a figura do caipira na arte brasileira. No mesmo mês, Germano Dushá e Thiago de Paula Souza inauguram o 38º Panorama da Arte Brasileira no MAM SP. 

O título desta edição, Mil graus, indica uma vontade de elaborar criticamente a realidade atual do país sob o senso de urgência e a capacidade de transformação do que eles denominam um “calor-limite” – temperatura em que tudo derrete, desmancha e se transmuta. O tema traz a ” ideia de uma temperatura oposta ao zero absoluto, uma temperatura máxima intransponível, cuja incidência resulta numa agitação molecular total, ou seja, capaz de derreter qualquer matéria existente, serve como ponto de imaginação para pensar contextos com alta taxa de variação ambiental e situações envolvendo processos de combustão, eletricidade e atrito. Nesse sentido, o projeto orienta-se pelo interesse por formulações ligadas à experimentação, ao risco intenso, às situações radicais, às condições extremas marcadas pelo calor — metafísico, metafórico e climático —, e aos estados — da alma e da matéria — que nos põem diante da transmutação como destino inevitável e imediato”, explicam os curadores.  

Carlito Carvalhosa

Outubro 

Carlito Carvalhosa ganhar merecida retrospectiva no Instituto Tomie Ohtake a partir de outubro 2024, e o Instituto Moreira Salles comemora, a partir do dia 19 de outubro, o centenário de Thomaz Farkas – um dos pioneiros da fotografia moderna do Brasil. A peruanao Ximena Garrido-Lecca apresenta um solo na galeria Vermelho. Conhecida por buscar, por meio de suas obras, espaços de tensão entre o conhecimento ancestral do Peru e o aparato colonial moderno,  sugere uma revisão das camadas históricas e materiais da região andina, construindo peças que mostram os diferentes valores simbólicos e sociopolíticos que residem no ambiente natural, na produção cultural e no desenvolvimento tecnológico. Para finalizar o mês com chave de ouro. a galeria Superfície abre, a partir do dia 26 de outubro, uma exposição com trabalhos deSonia Andrade e Thereza Simões.

Ximena Garrido-Lecca

galeria Raquel Arnaud aporta em  Frida Baranek cujo vocabulário formal, reconhecíveis as estruturas que remetem a redemoinhos, emaranhados e até mesmo destroços, como os fios delgados de metal embolados e aparentemente frágeis. No processo acumulatório, ela  cria volumes rígidos onde a matéria mais leve parece sustentar a mais pesada, revelando o interesse da artista por questões relacionadas ao equilíbrio e ao desequilíbrio. 

Tunga

Novembro

A galeria Millan abre duas individuais que prometem ficar na boca do povo: Tunga e Lidia Lisbôa, ambas no dia 09. Paz Errázuriz ganha também uma bela retrospectiva na galeria Vermelho em diálogo com o colombiano  Iván Argote, na abertura dia 28/11.

Paz-Errazuriz

Museu Judaico está comandando uma  pesquisa sobre a presença há mais de dois séculos dos judeus na Amazônia que irá se concretizar em uma coletiva no final do ano. Advinda especialmente da costa do Marrocos, mas também de lugares como Cabo Verde e Açores, essa migração teve seu ápice durante o ciclo da borracha, mas seus ecos se desdobram no presente através de práticas culturais, gastronômicas e linguísticas. O antropólogo e jornalista Fábio Zuker percorreu seis cidades da região para fazer entrevistas, visitas a arquivos, cemitérios e sinagogas. As comunidades judaicas encontraram na Amazônia um local para florescer e se transformar. São histórias sobre fé e crença – com um enriquecimento cultural que andou lado a lado à prosperidade material, nestes vaivéns pelas águas amazônicas e oceânicas. Estas são histórias de um judaísmo amazonizado. Um judaísmo de um tacacá kosher, sem camarão, mas com peixes de escama, pimenta de cheiro e muito tucupi. A exposição percorrerá o passado, mas também o presente e a interação entre comunidades na Amazônia Contemporânea, propondo um entrelaçamento de narrativas e culturas visuais.

Paz-Errazuriz
Paz Errazuriz

Dezembro

O MASP fecha o abo com a grande coletiva Histórias da diversidade LGBTQI, a partir do dia 13 de dezembro, onde o público poderá conferir cerca de 200 obras de acervos públicos e privados do Brasil e do exterior dedicadas ao tema da diversidade. Paralelamente, o museu promete apresentar Serigrafistas Queer: liberdade para as sensibilidades. O coletivo surgiu durante uma oficina de serigrafia que tinha o objetivo de ensinar ativistas a estampar camisetas para a manifestação do Orgulho LGBTQIA+, em Buenos Aires. A partir de encontros periódicos, os Serigrafistas Queer promovem discussões sobre o potencial das palavras de ordem provenientes de práticas e discursos dissidentes, estratégias para ampliar a disseminação das inúmeras possibilidades de manifestação dos desejos, além da produção de dispositivos móveis que facilitam as impressões serigráficas e com estêncil. Suas ações ocorrem frequentemente em contextos artísticos, mas é na construção de uma consciência política elaborada nas ruas, durante manifestações e eventos afirmativos das causas defendidas pelas dissidências sexuais e de gênero, que o trabalho atinge a dimensão do ativismo e dissemina vozes em luta. 

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